"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

É MELHOR IGNORAR AS ELEIÇÕES? SÓ QUE NÃO ADIANTA...



Charge do Amâncio, reprodução do Arquivo Google

















Conforme o delator Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, hoje em prisão domiciliar em sua residência de Fortaleza, dezesseis empreiteiras desviaram 109,49 milhões de reais para 23 políticos de oito partidos. Só o PMDB recebeu 109 milhões, sendo que para o senador Renan Calheiros foram 32 milhões, em  espécie ou como doações eleitorais. Surpreende, também, o total de 1,5 milhão repassado para o então vice-presidente da República, Michel Temer, quantia desviada a título de ajuda ao candidato derrotado à vice-prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita.
A lista apenas envolvendo  a Transpetro e sua quadrilha cita José Sarney, Romero Jucá, Aécio Neves, Edison Lobão,Candido Vacarezza, Jader Barbalho,Jorge Bittar, Luis Sérgio, Vardir Raupp,Edison Santos, Henrique Eduardo Alves,Garibaldi Alves, Ideli Salvatti, Walter Alves, Heráclito Fortes, Felipe Maia, Jandira Feghali, Agripino Maia, Francisco Dornelles e muitos outros.
Pode ser que alguns tenham servido apenas para repassar milhões a candidatos dos respectivos partidos, mas fica difícil encontrar quem não se tenha beneficiado pessoalmente. Politicamente, claro que todos.
O delator também relacionou os nomes das empresas pagadoras e dos partidos beneficiados. Vale apenas referir que o total dos repasses surripiados de uma única estatal decorreu do superfaturamento de contratos celebrados entre a Transpetro e as empreiteiras. Multiplique-se a operação pelas centenas de outras empreiteiras e partidos e se terá a soma de quanto perderam os cofres públicos através de uma só fonte pagadora. Imagine-se as outras. Bem como quantos políticos, empresários e funcionários públicos tiveram aumentados seus rendimentos, contas bancárias e sucedâneos. Sem falar nos desvios verificados através de estabelecimentos situados no estrangeiro.
Jamais se roubou tanto, apesar do artifício de que tudo se destinou a auxiliar uns tantos candidatos  em períodos eleitorais.
Fazer o quê? Quem quiser que responda, pois cancelar eleições será loucura, como prender todo mundo, também. Da mesma forma, proibir gastos públicos e privados, que ninguém controla. Impedir as reeleições apenas estenderia a corrupção para novas gerações. Em suma, melhor ignorar as eleições. Só que não adianta…

17 de junho de 2016
Carlos Chagas

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