"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 28 de junho de 2016

CRISE NO EXTERIOR

SERVIDORES DO ITAMARATY SOFREM COM FALTA DE VERBA E AUXÍLIO NO EXTERIOR
'CARTA DE MIAMI' MOSTRA DECEPÇÃO E PENÚRIA DE SERVIDORES DO MRE



E FINALIZA COM A RESSALTA QUE A SITUAÇÃO “É HUMILHANTE. É ULTRAJANTE. É DEGRADANTE

Em uma carta-aberta, denominada "Carta de Miami", os servidores do Ministério das Relações Exteriores (MRE) expressam sua indignação e decepção em relação à redução de verbas que dificultam o trabalho e até a permanência deles e de suas famílias no exterior.

Entre as queixas estão a redução de 40% no 13º salário e no adicional de férias, além de a possibilidade legal das verbas salariais serem contingenciadas nos próximos meses. “A informação agrava o complexo quadro de crescente insegurança experimentado atualmente pelos servidores lotados no exterior, que já sofrem com os atrasos constantes da parcela para aluguel dos imóveis residenciais no exterior”, diz a Carta Miami.

Os servidores do Itamaraty relatam que a situação ao qual estão sendo expostos “transborda para a vida pessoal”, pois são surpreendidos com reduções abruptas e significativas de verbas, incluindo aquelas de natureza alimentar. A carta relata ainda que servidores conviverem há pelo menos dois anos com atrasos constantes no reembolso dos aluguéis de imóveis residenciais, “a questão, portanto, é simples, a conta não fecha, não há orçamento familiar que resista, não há planejamento possível”.

Segundo os funcionários brasileiros, são as famílias que mais sofrem: "Os familiares, que naturalmente já são os que mais sofrem com as especificidades das carreiras do serviço exterior, são os principais penalizados pela precariedade atual. São os cônjuges que muitas vezes abrem mão de suas carreiras ao mudar se para o exterior, e os filhos, submetidos constantemente a mudanças de escola e a diferentes línguas e culturas, que sofrem com as restrições no orçamento familiar".

O documento alerta para um possível retrocesso, “que pode resultar em nova elitização do Itamaraty”, pois somente pessoas com posses conseguiriam sustentar uma família no exterior.

E finaliza com a ressalta, “É humilhante. É ultrajante. É degradante. Somos mais do que isso. Merecemos ser mais do que isso. Merecemos respeito. A sociedade brasileira e o Brasil merecem que sejamos mais do que isso. Merecem que sejamos respeitados. Respeito agora significa que seja dada solução estrutural para o problema, e que a situação emergencial atualmente observada se resolva com a urgência que merece”.

Por meio de nota o Itamaraty declarou que o MRE está questionando, alteração da fórmula de cálculo do 13º salário dos servidores, pelos meios cabíveis junto a Secretaria de Orçamento Federal.

O Itamaraty confessa que vem enfrentando dificuldades para manter o pagamento regular do auxílio-moradia aos servidores no exterior em decorrência de severas restrições orçamentário-financeiras. E que vem negociando a liberação de créditos orçamentários, “a partir da liberação de tais recursos por parte do Tesouro Nacional, os pagamentos deverão ser regularizados”.



28 de junho de 2016
Francine Marquez
diário do poder

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