"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 3 de maio de 2016

TEMPOS DE BAIXARIA...

Dilma planeja fazer uma cena teatral ao descer a rampa do Planalto

TOPSHOT - Brazilian President Dilma Rousseff waves at the crowd during a demonstration to mark International Workers' Day, in Sao Paulo, Brazil, on May 1, 2016. / AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA
Dilma Rousseff ainda vai demorar até desencarnar do poder




















A presidente Dilma Rousseff definiu em reunião nesta segunda-feira (2) os detalhes do que chamou de “bunker da resistência” de seu governo, estrutura que será montada no Palácio da Alvorada a partir da próxima semana com equipe oficial de, no máximo, 15 assessores. Dilma também decidiu que no dia 12 de maio, quando deve começar a cumprir um afastamento do cargo por até 180 dias, deixará seu gabinete descendo a rampa principal do Palácio do Planalto, acompanhada de ministros, assessores, amigos e talvez até do ex-presidente Lula.
A partir daí, a petista vai reunir na residência oficial da Presidência um pequeno grupo de aliados do qual, oficialmente, não devem fazer parte ministros com sala no Planalto.
NÚCLEO DURO
Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência), Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Edinho Silva (Comunicação Social) cumprirão quarentena – período remunerado em que os ministros não podem exercer atividades profissionais para evitar conflito de interesses–, mas ajudarão “informalmente” o “QG” de Dilma.
Wagner estuda voltar à Bahia no período, enquanto Edinho deve concorrer às eleições para a Prefeitura de Araraquara (SP). Berzoini deve permanecer em Brasília.
Segundo a Folha apurou, além do grupo oficial que vai se estabelecer no Alvorada, há ministros petistas que podem trabalhar da sede do PT na capital, como é o caso de Berzoini, por exemplo.
JUNTOS ATÉ O FIM
Do seleto grupo oficial do Alvorada farão parte aliados como Giles Azevedo (assessor especial da Presidência), José Eduardo Cardozo (Advocacia-Geral da União), Carlos Gabas (Aviação Civil), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Alessandro Teixeira (Turismo), além do assessor pessoal da presidente, o jornalista Bruno Monteiro.
Dilma quer que a equipe reúna informações sobre seu governo e trace uma estratégia de enfrentamento para os até seis meses em que deve ficar afastada da Presidência enquanto o Senado julga seu impeachment.
AVIÃO DA FAB
Assessores do Planalto contam com a autorização do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que Dilma tenha à sua disposição, durante o tempo em que permanecer afastada, um avião da FAB (Força Área Brasileira), carros, seguranças e essa equipe de assessores, com algo entre 12 e 15 pessoas.
O ex-presidente Lula e dirigentes do PT estimulam que Dilma viaje pelo Brasil –e até a outros países– para denunciar o que chama de “golpe” e a “ilegitimidade” do governo de Michel Temer (PMDB).
DESCENDO A RAMPA
Dilma foi aconselhada a deixar o cargo “com dignidade” e aceitou a ideia de descer a rampa do Palácio do Planalto no dia em que deve começar a cumprir seu afastamento do cargo.
Outros detalhes do que está sendo chamado de dia D para a presidente ainda estão sendo discutidos. Há quem defenda, por exemplo, a presença de Lula ao lado de Dilma para a descida da rampa. Ela, porém, ainda não bateu o martelo sobre o ritual.
A cúpula do PT deve levar militantes do partido e representantes de movimentos sociais para a frente do Palácio do Planalto, em ato de apoio à presidente.
Os petistas querem fazer do ato um momento simbólico para estimular a base social a se manter mobilizada.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Sonhar ainda não é proibido.  A lei determina que Dilma possa ficar morando no “palácio residencial”, com direito a receber metade do salário. No caso do jatinho, só poderá ser liberado pela FAB se houver autorização do Planalto. Quanto ao “gran finale” da despedida, seria ainda mais empolgante se Dilma ocupasse a tribuna existente na saída da rampa do Planalto para fazer um discurso de sua interminável série sobre o golpe. Certamente, será aplaudida de pé pelos companheiros e companheiras, até mesmo porque não há cadeiras do lado de fora do palácio… (C.N.)


03 de maio de 2016
Marina Dias e Valdo Cruz
Folha

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