O Presidente do Clube Militar, general Gilberto Pimentel acaba de postar na página do tradicional instituição na internet, um violentíssimo editorial.
No texto, ele critica a situação nacional, a crise econômica, a corrupção institucionalizada e também coloca em suspeição a atuação dos ministros do Supremo Tribuna Federal…
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NÃO PERMITAMOS A TROCA DE SEIS POR MEIA DÚZIA
NÃO PERMITAMOS A TROCA DE SEIS POR MEIA DÚZIA
General Gilberto Pimentel
Estamos na iminência de um novo governo. É inevitável que assim seja. Nosso país não parou somente. Está em queda livre. A incompetência e a irresponsabilidade estão destruindo nossa economia, enquanto a presidente, desesperada para se manter no cargo, inferniza a vida dos brasileiros com seus discursos ameaçadores e vazios.
Pioram rapidamente as contas públicas, o desemprego segue em ascensão e a produção diminui a cada dia com o prolongado declínio dos investimentos. O buraco nas contas públicas chegou a 5,77 bilhões, segundo os últimos cálculos do Banco Central. Não há Brasil que suporte.
Mas não é só isso. A corrupção foi institucionalizada. Nunca antes na história deste país se roubou tanto quanto nos últimos 13 anos. O governo petista nem esconde mais que virou um ajuntamento de larápios. E contaminou todas as instâncias do poder político, sobretudo, mas não somente, o Executivo e o Legislativo.
Os presidentes do Congresso são réus e uma grande parte dos representantes do povo naquela Casa têm contas a pagar por envolvimento em atos de corrupção explícitos e desvio de conduta ética e moral. O Brasil não é mais visto com o respeito de antes pela comunidade internacional. Não merecemos isso. Precisamos de uma nova oportunidade, por pequena que seja.
Um novo governo, não nos iludamos, provisório nesse contexto, terá pouca chance de obter algum êxito sem um grande acordo entre os homens de bem que ainda restam na nossa política, nem tantos, e sem a participação e a cobrança permanente da sociedade.
Mas há algo ainda essencial: o afastamento e a punição rigorosa de todos os representantes do povo que desmereceram a confiança neles depositada. Inconcebível que se fale em imunidade para ladrões. Em especial para assaltantes dos cofres públicos. Suas punições, ao contrário, devem ser exemplares e extremamente rigorosas. Sem isso nada feito.
Dados do Supremo Tribunal Federal (STF) – foro para julgamento de deputados e senadores – infelizmente não trazem qualquer alento nesse sentido. Não punem políticos que praticam crimes. Algo de muito errado e suspeito se passa naquela suprema Corte. A prescrição acaba sendo a regra geral. Uma vergonha que precisa ter fim se desejamos mudar esse País.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O general Pimentel tem saudades do regime militar. Costuma dizer: “Lembrem-se de 64”. Seu editorial contém equívocos. Se o buraco nas contas públicas fosse somente de R$ 5,77 bilhões, o país estaria numa boa… O mais importante é que, ao contrário do que aconteceu em 1964, desta vez o Clube Militar não representa o pensamento dos oficiais da ativa. Eles estão revoltados com a incompetência do governo, o desaparelhamento das Forças Armadas, a corrupção desenfreada, a contenção dos soldos e tudo o mais, porém não pensam em golpe de Estado. A História não se repetirá como farsa, podem apostar. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O general Pimentel tem saudades do regime militar. Costuma dizer: “Lembrem-se de 64”. Seu editorial contém equívocos. Se o buraco nas contas públicas fosse somente de R$ 5,77 bilhões, o país estaria numa boa… O mais importante é que, ao contrário do que aconteceu em 1964, desta vez o Clube Militar não representa o pensamento dos oficiais da ativa. Eles estão revoltados com a incompetência do governo, o desaparelhamento das Forças Armadas, a corrupção desenfreada, a contenção dos soldos e tudo o mais, porém não pensam em golpe de Estado. A História não se repetirá como farsa, podem apostar. (C.N.)
03 de maio de 2016
Delmiro Gouveia
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Não consegui encontrar no discurso do General Pimentel, qualquer divergência ou agravamento de acusação, com o que vem sendo dito por políticos, analistas e repórteres investigativos das principais mídias. Não consegui entender o receio do comentarista Deliro Gouveia e o seu assombro com o fantasma de 64.
Já é fato notório e comprovado por diversas instituições o estado de corrupção em que se encontra o país. Não há nada de novo sob o sol que possa se anunciar como novidade. Toda semana a ladainha das denúncias e delações anunciam novos escândalos e outros tantos candidatos a réus ou investigados.
Além dos mantras e cantiguinhas do "é golpe", repetidas incansavelmente por políticos petistas, que cumprem a obrigação de justificar ou defender o que já está pra lá de escancarado, que é o fato da 'institucionalização da corrupção', qualquer discurso sério repete o que está contido no texto do General Pimentel:
"Os presidentes do Congresso são réus e uma grande parte dos representantes do povo naquela Casa têm contas a pagar por envolvimento em atos de corrupção explícitos e desvio de conduta ética e moral. O Brasil não é mais visto com o respeito de antes pela comunidade internacional. Não merecemos isso."
Qualquer liderança oposicionista discursa no mesmo tom, e o processo de impeachment é apenas o início do que a sociedade espera que se cumpra: o respeito a Constituição, a continuidade da operação lava jato e a consequente punição dos responsáveis pelos desmandos administrativos e o desmantelamento de empresas estatais, fundos de pensão etc.
O que o Brasil espera é que se ponha fim a esse insidioso projeto de poder comuno-fascista gerado no foro de são paulo. O que o Brasil aguarda é o fim do aparelhamento do Estado, o retorno à democracia e o respeito às instituições e a Constituição.
A sombra da contra-revolução de 64 continua sendo um fantasma assustador, sempre que as Forças Armadas, ou qualquer de suas Armas, façam um pronunciamento condenando o atual estado a que se chegou, com o Brasil completamente desmoralizado, com sua economia no fundo o poço, com a proximidade do caos social que está sendo gerado silenciosamente.
Quando o general Pimentel escreve que "O Brasil não é mais visto com o respeito de antes pela comunidade internacional.", ele apenas repete o que já é voz corrente em qualquer análise séria. E aí estão os jornais do mundo para quem quiser ler...
Interessante, é o que me parece, que o comentarista reconhece que os oficiais da ativa estão revoltados com questões que dizem respeito a eles, a instituição militar, mas que não estão preocupados (ou não o estão em demasia) com o que acontece ao país. Além de criar dois universos militares: o ativo e o inativo (ou da reserva). O que me parece ser uma crença absolutamente desastrada.
m.americo
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