"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de maio de 2016

O QUE PODE UNIR O PAÍS PARA QUE CONSIGA VOLTAR AO CRESCIMENTO



Meirelles tem poucos cabelos, mas muitas ideias na cabeça















A principal missão de um administrador é definir e priorizar o que precisa ser feito de forma realista e sustentável. A lista de problemas atuais do Brasil é extensa. O país vive uma crise que talvez seja a pior da história recente. Para colocar a economia novamente em trajetória de crescimento é necessário ter o diagnóstico correto e atuar nas causas dessa dinâmica negativa.
Essas medidas devem ser realistas e apresentadas de forma clara para que possam ser entendidas por toda a sociedade. É importante ter em mente que não há soluções fáceis e instantâneas.
Desequilíbrios acumulados ao longo de anos não serão revertidos em poucos meses. Mas retomar imediatamente o rumo correto deve afetar de maneira favorável e com relativa rapidez a confiança e as expectativas de investidores, empresários e consumidores. Com isso, será possível retomar investimentos, voltar a gerar empregos e elevar renda e consumo, criando dinâmica nova e positiva na economia.
MERCADO CONSUMIDOR
O Brasil já provou ser capaz de resolver grandes problemas atuando com foco e consistência. Temos instituições sólidas, Judiciário independente, eleições livres e regulares, mecanismos que proporcionam a resolução pacífica de conflitos e uma imprensa livre e vigorosa. Além disso, dispomos de um mercado consumidor – o oitavo do mundo – que propicia a escala necessária para produzir com maior eficiência em grande número de setores.
A existência de capacidade ociosa nas empresas e a disponibilidade de mão de obra, que representam hoje problemas muito graves, podem viabilizar o início de retomada um pouco mais rápida da economia já nos próximos trimestres, desde que o equilíbrio macroeconômico comece a ser restabelecido imediatamente. Em paralelo, a adoção de uma agenda mais ampla, que aumente a produtividade, contribuirá para que a recuperação cíclica evolua para crescimento sustentável.
DÍVIDA E INVESTIMENTO
Mas o passo primordial neste momento é estabelecer uma trajetória sustentável para as contas públicas, eliminando qualquer percepção de risco de insolvência. Com ações efetivas apontando tendência mais virtuosa e consolidada do endividamento público, haverá redução nos custos e aumento da confiança e dos investimentos, que também serão estimulados com reformas que melhorem o funcionamento da economia.
Há demanda e ampla disponibilidade de capital, por exemplo, para investimentos privados em infraestrutura, desde que em condições adequadas.
Em resumo, com foco e trabalho duro o Brasil terá todas as condições de sair dessa grave crise e retomar o caminho do desenvolvimento sustentável que todos desejamos e merecemos. Isso, sem dúvida, pode e deve unir o país.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Com Henrique Meirelles comandando a economia numa ponta, através do Banco Central, porque Antonio Palocci sempre foi um zero à esquerda, e com Carlos Lessa presidindo o BNDES, o primeiro governo Lula conseguiu colocar o país no rumo do desenvolvimento. Mas Lessa foi afastado e Meirelles traído por Lula. Ia deixar o Banco Central em 2010 para se candidatar ao governo de Goiás, mas Lula o convenceu a ficar, assumir a Fazenda no governo Dilma e ganhar visibilidade para ser candidato à Presidência. Meirelles acreditou e foi descartado da política. Seis anos depois, Lula e Dilma estão destruídos e Meirelles está de volta, para retomar o caminho. Este artigo na Folha mostra a que veio. Vai equilibrar a economia e só falta pedir a Lessa para ajudá-lo a tirar o país da crise. Sonhar não é proibido. (C.N.)


08 de maio de 2016
Henrique Meirelles
Folha

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