"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

CUNHA ALEGA QUE, "TECNICAMENTE", AINDA NEM É RÉU NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL



Cunha alega que o acórdão ainda não foi publicado

















O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira que “tecnicamente” não é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), embora, há exatamente dois meses, a Corte tenha decidid0, por unanimidade, tornar o peemedebista réu no Supremo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, aceitando a denúncia enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Entre as justificativas apresentadas por ele estão a de que o acórdão (inteiro teor da decisão proferida pela Corte) ainda não foi publicado e que ainda entrará com embargos que podem modificar a decisão do pleno. A possibilidade de o peemedebista conseguir modificar a decisão, no entanto, é muito remota.
— Tecnicamente eu sequer sou réu no Supremo, porque houve o julgamento da aceitação da denúncia (da PGR), o acórdão não foi publicado, cabem embargos e eu oporei embargos, que podem inclusive ter efeitos modificativos — afirmou, acrescentando que a ação protocolada hoje pela Rede no STF é “inócua”.
O presidente da Câmara voltou a dizer que estar sendo alvo de “perseguição” por Janot, que pediu hoje abertura de novo inquérito para investigar o deputado. O pedido foi feito com base na delação premiada do senador Delcídio Amaral (Sem partido-MS). Cunha chamou a ação de política e disse que há uma “perseguição clara e nítida”.
— Desde que houve a votação do processo de impeachment está havendo uma aceleração. Daqui a pouco até multa de trânsito vai ter abertura de inquérito contra mim, então acho que é uma ação política, uma perseguição clara e nítida que está tendo e vamos responder da forma devida. Simples assim, cada dia tem um absurdo diferente — criticou o deputado.
NA LINHA SUCESSÓRIA
Cunha não respondeu se ficaria confortável em assumir a Presidência da República na condição de réu. Ele argumentou que está na linha sucessória na condição de “substituto eventual”, mesma situação dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do STF, ministro Ricardo Lewandowski.
— Não vou comentar hipóteses, eu não sou sucessor do Presidente da República, sempre estive na linha como substituto eventual, como está o presidente Renan e o presidente Lewandowski.
O deputado admitiu que, caso o Senado aprove o impeachment e o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) assuma o cargo, a governabilidade será “muito mais facilitada” por conta dos partidos que já dizem que o apoiarão, como o PSDB.
— Se efetivar o afastamento da presidente pela decisão do Senado, e um eventual novo governo existir conduzido por Michel Temer, não tenho dúvida nenhuma que a governabilidade dele será muito mais facilitada por esse processo de ajuntamento dos grupos políticos dos partidos que o estão apoiando. Facilitará muito a tramitação das matérias no Congresso — afirmou o peemedebista.
‘NEM PENSAR’
Eduardo Cunha disse que nenhum projeto que aumente gasto público será votado enquanto não houver essa discussão no contexto de um novo governo.
— Vai se esperar que um novo governo, se o Senado efetivamente decidir a admissibilidade, que possa julgar a oportunidade ou não, o impacto nas contas públicas… (Para votar) O mérito (dos projetos) vai ter que se aguardar. Com relação ao que tem impacto e despesa, (não será votado) nem pensar — disse.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cunha sabe o que está falando e com quem está lidando. O senador Renan Calheiros já se beneficiou com a prescrição de sues crimes. Na média, os ministros do Supremo demoram cerca de um ano para entregar à publicação os textos dos acórdãos que relatam. Vaidosos e prepotentes, se julgam superiores aos demais cidadãos. Na verdade, esses ineficientes servidores públicos, que são pagos com nossos impostos, simplesmente nos envergonham. (C.N.)

04 de maio de 2016
Letícia Fernandes
O Globo

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