"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

ENTENDA POR QUE A NAÇÃO VOLTOU AS COSTAS À SUA PRESIDENTE



A vaidade, a prepotência e a arrogância liquidaram Dilma


















Raras vezes a presidente Dima encenou tamanho festival de entrevistas e declarações como na semana passada, reta de chegada do impeachment. Falava na hora em que bem entendia, pelo tempo a que se dispunha. Mas nada adiantou. Conforme ela própria previu, passou a ser carta fora do baralho. Mesmo ficando mais algum tempo como inquilina da Presidência da República, não será mais presidente.
Em seu lugar está o vice Michel Temer, interinamente até 180 dias, para assumir em definitivo depois do julgamento final do Senado. Até quando, não se sabe, pois o vento que sopra para lá também sopra para cá.
Dilma ficou diferente tarde demais. Manteve a mesma postura por quatro anos e quatro meses: irascível, intolerante, superior. Desprezou quantos a respeitavam, só atendia os que a bajulavam.
TEMPERAMENTO
São conhecidos os episódios tantas vezes repetidos de que Madame tratava os auxiliares como serviçais e subalternos. No avião presidencial, ia até a cabine do piloto para dar aulas de navegação e mostrar como furar uma nuvem carregada, não aceitando outras opiniões.
Médicos e enfermeiras tremiam diante de seus ditames, muitos tendo pedido para sair em situações as mais constrangedoras. Nas viagens pelo exterior, exigia submissão total, não só de sua comitiva, mas de quantos funcionários estrangeiros postos à sua disposição.  Queria distância de quase todos.
Tendo sido a primeira mulher a presidir o Brasil, optou por manter auxiliares não só à distância, mas enquadrados. Mesmo quando chefiava a Casa Civil, até para com ministros, suas ordens eram ríspidas e grosseiras. Depois de levada ao trono, pior ainda.
PERDENDO O RESPEITO
Foi perdendo o respeito, claro que quando estava distante. Contam-se nos dedos de uma só mão as amigas e os amigos. Existem, é claro, mas olhados de viés e sem a certeza de estar agradando. Ainda mais por conta dessa barafunda em que o ministério foi-se tornando. Ministros  existem, ainda hoje, que apenas despacharam uma vez com a presidente. Outros que a viram no dia da posse e nada mais. Encontro entre eles e a chefona, só em datas solenes, mesmo assim, lá de longe.
Esse governo foi despertando senão rancores, ao menos distância. No Congresso, com raras exceções, deixou de prevalecer a proximidade entre a presidente e suas bases. As ruas ficaram cada vez longe.
Claro que a performance de Madame pesa essencialmente na balança. Os reclamos da sociedade atingem suas diversas camadas, mas a presidente continuava longe, como não se tratasse de seus problemas. Assim, quando precisou do apoio geral, ele não veio. Os 54 milhões e meio de votos conquistados em outubro passado evaporaram.
PERDEU O APOIO
O resultado pode ser colhido nesses dias cruciais. A nação voltou-lhe as costas. Tanto por conta do lamentável desempenho de seu governo quanto da falta de alternativas por ela deixada.
Resta saber o que virá daqui por diante. Poderá Michel Temer virar o jogo? Recuperar a confiabilidade e a confiança não será papel fácil.  Afinal, até poucos meses atrás, o vice jurava de pés juntos seguir o roteiro da presidente. Quais são os seus planos e projetos?

18 de abril de 2016
Carlos Chagas

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