O rompimento da barragem da mineradora Samarco foi o maior desastre ambiental de todos os tempos no Brasil e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeito. Causou 17 mortes confirmadas, havendo chances irrisórias de que os dois cidadãos ainda desaparecidos não tenham também morrido.
A cidade de Bento Rodrigues foi destruída e seus moradores obrigados a reconstruir sua vida alhures. Houve aumento da turbidez das águas do rio Doce, afetando o abastecimento de água em centenas de municípios mineiros e capixabas, danos à fauna e flora, prejuízos para a pesca e o turismo.
A negligência gritante e criminosa da Samarco justificaria plenamente que tivesse de pagar R$ 20 bilhões, ao longo de 10 anos, para os estragos serem, na medida do possível, sanados.
Mas o editorial deste sábado (dia 23), da Folha de S. Paulo, dá a perceber que a ação movida neste sentido pela Advocacia Geral da União serviu apenas para aplacar a indignação do povo brasileiro. A Operação Indulgência com os poderosos já está em curso.
DÚVIDA E OPACIDADE
“O total de R$ 20 bilhões obteve forte repercussão, embora fosse de todo misterioso por qual via se chegara a ele. Bastaram menos de dois meses para ver tanta determinação e dureza se esvaírem em dúvida e opacidade. Reuniões promovidas em Brasília e Belo Horizonte nesta semana exalaram sinais de um início de afrouxamento nas exigências pecuniárias às empresas”, diz o editorial.
Alguém esperava que os acontecimentos tomassem rumo diferente? Só crianças acreditam em Papai Noel, fada dos dentes, coelhinho da Páscoa e rigor dos governos com grandes empresas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O oportuno artigo foi enviado por Sergio Caldieri. É bom lembrar que, poucos dias depois do gravíssimo derramamento, a sempre atenta presidente Dilma Rousseff fez a parte dela, baixando um decreto que considerou oficialmente a ruptura da barragem como “um acidente da natureza”. Ou seja, os responsáveis pela operação da Samarco e pela fiscalização da barragem não podem ser culpados. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O oportuno artigo foi enviado por Sergio Caldieri. É bom lembrar que, poucos dias depois do gravíssimo derramamento, a sempre atenta presidente Dilma Rousseff fez a parte dela, baixando um decreto que considerou oficialmente a ruptura da barragem como “um acidente da natureza”. Ou seja, os responsáveis pela operação da Samarco e pela fiscalização da barragem não podem ser culpados. (C.N.)
27 de janeiro de 2016
Celso Lungaretti
Blog Náufrago da Utopia
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