"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

CHEGA DE INTERMEDIÁRIOS - DELFIM NETTO PARA PRESIDENTE

Delfim Netto recomenda que Dilma Rousseff assuma de volta a presidência da República e a 2 de fevereiro apresente ao Congresso no mínimo quatro reformas: da Previdência Social, reduzindo pensões e aposentadorias; da flexibilização do mercado de trabalho, suprimindo os direitos sociais que ainda sobram; da desindexação, permitindo que os salários não acompanhem a alta do custo de vida; e da desvinculação das verbas do orçamento, levando o governo a renegar compromissos com o Legislativo.

Com isso, completa o ex-csar da economia, “abre-se espaço para o setor privado operar”. Fora daí, para ele, será o caos nos próximos três anos.

Fica evidente que as sugestões, se por hipótese adotadas, tornariam ainda mais amargas as agruras dos assalariados. Exprimiriam o naufrágio permanente das propostas que um dia o PT, o ex-presidente Lula e Madame imaginaram concretizar como forma de mudar o Brasil. As centrais sindicais iriam para as profundezas, se ainda não foram. A prevalência dos interesses do capital se tornaria absoluta, contra as necessidades do trabalho.

Essa derradeira investida das elites, caso vitoriosa, marcaria o fim do sonho dos raros companheiros que ainda acreditam nos postulados trabalhistas. 
 Seria a capitulação do governo frente ao neoliberalismo afinal vitorioso. A garantia de que Dilma abandonou mesmo a presidência da República.

A proposta de Delfim Netto acopla-se àquela formulada pelo PMDB, sobre os caminhos do futuro, mais o genérico roteiro estabelecido pelos tucanos. 
Indaga-se se haverá resistência, mas a resposta surge negativa. Nem o PT, nem a CUT, sequer o Congresso dispõem de ânimo para reagir. 
Mesmo que a presidente não subscreva a lição das quatro reformas básicas, a pressão continuará. Desemprego em massa, aumento de impostos, taxas e tarifas, redução de prerrogativas sociais, diminuição do crescimento econômico, paralisação de projetos de obras públicas – tudo funciona como preliminar para o sucesso das sugestões de Delfim.

Melhor seria repetir o abominável vaticínio dos idos de 1964, quando as esquerdas reagiram ao golpe militar apregoando que bastava de intermediários, queriam o embaixador Lincoln Gordon para presidente. 
Pois agora repete-se a farsa: Delfim Netto para presidente!...


27 de janeiro de 2016
Carlos Chagas

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