Enquanto tirar Dilma for sinônimo de trocar seis por meia dúzia, ou mesmo risco de agravamento de um quadro político-econômico já intrincado, a novela do impeachment se arrastará. Sai Dilma entra Temer? Sai Dilma entra Cunha? Sai Dilma entra Aécio? Sai Dilma convocam-se eleições, com o atual quadro de fragmentação? A torcida do governo é que diante do precipício todos prefiram no final deixar como está.
Que o governo é fraco, fraquíssimo, já se sabe. Que é impopular, também. Mas para haver impeachment é preciso alternativas. Não é assunto meramente técnico (as pedaladas) ou estritamente jurídico. É preciso que haja uma opção ao quadro atual, que haja forças capazes de aglutinar a mudança desejada. Isto, no Brasil, parece não estar à disposição, pelo menos no dia de hoje.
Incapaz de ganhar a eleição contra uma candidata cheia de flancos já em 2014, a oposição não consegue apresentar ao público uma alternativa de país que empolgue. Pelo caminho da moralidade, não vai dar por motivos óbvios: a crise é do sistema político e não de político A ou B (o candidato a vice da oposição foi citado por um delator da Lava Jato como tendo recebido dinheiro em espécie em uma campanha eleitoral, segundo a imprensa, e apenas para ficar em um exemplo). Pela via de projeto econômico também o carro não sai da lama: ninguém abandonará o ajuste atual, ao mesmo tempo em que a oposição minou parte de sua credibilidade, em especial junto aos chamados “agentes econômicos”, ao tentar impor uma agenda gastadora no Congresso Nacional. Para onde aponta a biruta do Congresso, oposição inclusa, ninguém sabe.
Seja como for, os lances futuros da novela são incertos. O próximo poderá vir do TSE, que retomou o julgamento de impugnação da chapa Dilma-Temer. Mas parece improvável que 7 juízes possam vir a afastar uma presidente eleita com 55 milhões de votos, assim, com argumentos que talvez não sobrevivam ao tempo. Empastelar uma eleição presidencial não é coisa circunstancial e (muito menos) sem consequências.
A ver como se pedala esta agenda.
15 de outubro de 2015
Rogério Jordão
Que o governo é fraco, fraquíssimo, já se sabe. Que é impopular, também. Mas para haver impeachment é preciso alternativas. Não é assunto meramente técnico (as pedaladas) ou estritamente jurídico. É preciso que haja uma opção ao quadro atual, que haja forças capazes de aglutinar a mudança desejada. Isto, no Brasil, parece não estar à disposição, pelo menos no dia de hoje.
Incapaz de ganhar a eleição contra uma candidata cheia de flancos já em 2014, a oposição não consegue apresentar ao público uma alternativa de país que empolgue. Pelo caminho da moralidade, não vai dar por motivos óbvios: a crise é do sistema político e não de político A ou B (o candidato a vice da oposição foi citado por um delator da Lava Jato como tendo recebido dinheiro em espécie em uma campanha eleitoral, segundo a imprensa, e apenas para ficar em um exemplo). Pela via de projeto econômico também o carro não sai da lama: ninguém abandonará o ajuste atual, ao mesmo tempo em que a oposição minou parte de sua credibilidade, em especial junto aos chamados “agentes econômicos”, ao tentar impor uma agenda gastadora no Congresso Nacional. Para onde aponta a biruta do Congresso, oposição inclusa, ninguém sabe.
Seja como for, os lances futuros da novela são incertos. O próximo poderá vir do TSE, que retomou o julgamento de impugnação da chapa Dilma-Temer. Mas parece improvável que 7 juízes possam vir a afastar uma presidente eleita com 55 milhões de votos, assim, com argumentos que talvez não sobrevivam ao tempo. Empastelar uma eleição presidencial não é coisa circunstancial e (muito menos) sem consequências.
A ver como se pedala esta agenda.
15 de outubro de 2015
Rogério Jordão
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