O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira em nova fase da Operação Lava Jato. A PF também levou o computador pessoal de Dirceu e seu telefone celular. Para os investigadores, Dirceu é um dos responsáveis por criar o esquema de corrupção na Petrobras quando era ministro da Casa Civil, no primeiro governo Lula, e teve papel de comando nesse esquema.
Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de José Dirceu e sócio dele na JD Consultoria também foi preso, em Ribeirão Preto. Outro detido é Roberto Marques, ex-assessor do petista.
Ainda foram presos o lobista Fernando de Moura, Olavo de Moura, Pablo Kipersmit e o funcionário da Petrobras Celso Araripe.
“Fernando Moura teve um papel muito relevante na indicação de nomes para o governo ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
“Dirceu era aquele que tinha responsabilidade de indicar nomes. Ele aceitou a indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços na Petrobras, e essa diretoria iniciou todo um trabalho de cooptação de empreiteiras, dando início ao esquema de corrupção na estatal”, afirmou.
MESMO SISTEMA DO MENSALÃO
Investigações apontam que o ex-ministro repetiu na Petrobras o esquema adotado no mensalão. “Esse esquema durou inclusive durante as investigações do mensalão”, disse Lima.
Segundo a PF, os presos deverão ser levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR), onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal. O transporte só será feito após autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).
Essa é a 17ª fase da Lava Jato, denominada “Pixuleco”, e ocorre em Brasília e nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, era por pixuleco que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto se referia à propina que recolhia das empresas que tinham contratos com a Petrobras.
O foco principal dessa fase são os beneficiários de pagamento de propinas envolvendo contratos com o Poder Público, incluindo beneficiários finais e “laranjas” utilizados nas transações. Também foram decretados o sequestro de imóveis e bloqueio de ativos financeiros. Entre os crimes investigados estão corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
04 de agosto de 2015
Deu na Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário