"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

"ACABOU O MITO" - DIA JEFFERSON APÓS A PRISÃO DE JOSÉ DIRCEU

ELE DENUNCIOU O MENSALÃO EM 2005, COMANDADO POR JOSÉ DIRCEU


"NÃO TENHO SENTIMENTO DE REVANCHE, DE RESSENTIMENTO. TENHO PENA DELE. ACABOU O MITO”, AFIRMOU O DELATOR (FOTO: REPRODUÇÃO)


O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que cumpre pena em regime domiciliar desde maio passado, disse nesta segunda-feira (3) não ter motivos para comemorar a prisão do ex-ministro e ex-deputado José Dirceu (PT-SP), investigado na Operação Lava Jato. “Não me regozijo, não tenho sentimento de revanche, de ressentimento. Tenho pena dele. Acabou o mito”, afirmou. “Sei o que é estar lá (na prisão)”, comentou Jefferson.

Em 2005, Jefferson denunciou o esquema do mensalão e apontou Dirceu como o comandante do esquema de suborno de parlamentares fiéis ao governo Lula. O petebista teve o mandato cassado em setembro daquele ano. Em novembro, a Câmara cassou o mandato de Dirceu.

“Não é fácil para ele. Já tem 69 anos, casou-se recentemente, tem uma filha pequena. A família se extingue. Ainda será levado para o Paraná, longe de casa. Tem esposa nova, que precisa do marido. Não tenho revanchismo. Sinto por ele, mas a Justiça é implacável”, disse Jefferson. 

Condenado a sete anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, Dirceu passou a cumprir prisão domiciliar em outubro do ano passado e desde então vive em Brasília com a mulher, Simone Pereira, e a filha caçula, Maria Antônia, de seis anos.

Em fevereiro do ano passado, Jefferson começou a cumprir a pena de sete anos e 14 dias, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Depois de 14 meses, recebeu autorização para cumprir o restante da pena em casa. 
Jefferson rejeita o rótulo de delator. “Delação é coisa de canalha”, costuma dizer.

“É a terceira prisão da vida de José Dirceu, não é brincadeira. O juiz Sérgio Moro deve ter provas contundentes. Ele não joga para a plateia. Aquela rapaziada do Ministério Público é muito séria, sem extremismo”, elogiou Jefferson. 
Antes da prisão pelo mensalão, Dirceu, líder estudantil nos anos 1960, foi preso em 1968 e trocado, no ano seguinte, pelo embaixador americano Charles Elbrick.

“O Executivo e o Legislativo estão desmoralizados e o Judiciário, muito sólido. É quem alicerça a democracia hoje. Os homens mais ricos do Brasil, os políticos mais poderosos, os burocratas estatais mais influentes estão presos. O povo está vendo que não ficaram impunes”, disse Jefferson, presidente de honra do PTB.

Na avaliação do petebista, as prisões dos investigados fragilizam as manifestações contra a corrupção e de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. 
“O juiz Sérgio Moro esvazia as passeatas do dia 16 de agosto (data marcada para uma série de manifestações em todo o País). O povo planeja ir para a rua pedir justiça, mas a justiça está sendo feita”, diz.

Proibido de participar de encontros políticos, reuniões públicas e de sair à noite, Jefferson, de 62 anos, diz que o Executivo e o Legislativo, extremamente desgastados, parecem “o roto falando do esfarrapado”. O ex-deputado não engrossa o coro dos que defendem a saída da presidente Dilma.

“Não adianta pregar ruptura institucional, porque não há líderes nacionais. Tem o Fernando Henrique Cardoso, mas já está com 84 anos”, afirma Jefferson. (AE)



03 de agosto de 2015
diário do poder

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