Brasília – Chegou aos ouvidos do Lula a informação de que os ministros do STF não estão mais dispostos a se expor para atender a pedidos que ponham em dúvida a credibilidade do tribunal no julgamento dos casos da operação Lava-Jato. Um desses ministros, em encontro reservado com o ex-presidente, foi claro quando o avisou que no processo do mensalão virou prisioneiro dentro da sua própria casa porque não podia ir às ruas sem ser xingado. Diante disso, sentenciou: “Minha cota de gratidão com esse governo se esgotou”.
A postura atual dos ministros do supremo mostra que não haverá contemplação com quem estiver envolvido na operação Lava-Jato, o que ficou muito claro com a busca e apreensão feita na casa e escritórios de empresários e políticos, entre eles o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello. Ele viu, atônito, ser retirado da Casa da Dinda, uma de suas moradias, vários carros de luxo avaliados em milhões de reais. Os mandados assinados por três ministros do Supremo Tribunal Federal não deixam dúvida quanto a intolerância com aqueles que se julgavam intocáveis até então.
Escrevi aqui, não faz muito tempo, artigo em que dizia que no Brasil a cadeia foi feita para enjaular os três pês – puta, pobre e preto. De lá pra cá, parece que muita coisa mudou. No xadrez da Polícia Federal, em Curitiba, estão presos a nata do empresariado e diretores de empresas púbicas até então homens acima de qualquer suspeita. Para que isso fosse possível, um grupo de abnegados procuradores do Ministério Púbico, liderados pelo juiz Sérgio Moro, desencadeou uma operação indiscriminada de caça às bruxas prendendo e condenando dezenas de nobres senhores fora do mundo dos três pês.
A operação, que começou com a prisão do dono de um posto de gasolina em Brasília, aprofundou-se de tal forma que já entrou pela porta adentro do Palácio do Planalto e agora do Congresso Nacional com o inequívoco respaldo do STF que autorizou a blitz na casa de empresários e políticos. Nota-se, portanto, que os ministros do tribunal não estão dispostos a abrir mão de suas prerrogativas constitucionais para apadrinhar outros personagens importantes envolvidos nos escândalos de corrupção. E, de uma vez por todas, mandam um recado claríssimo de que não querem ser mais admoestados.
Essa postura do STF deixa sem dormir a cúpula do PT. E a Dilma em maus lençóis, quando o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirma em depoimento que doou quase 8 milhões de reais ao Edinho, ex- tesoureiro da sua campanha, atual Ministro da Comunicação Social, dinheiro roubado da Petrobrás. Numa reunião reservada com Aloizio Mercadante, o Edinho e assessores do seu gabinete, Dilma expressou o temor com o cerco ao seu governo ao afirmar que “não tenho nada a ver com essa merda, portanto não vou pagar por isso”. Engana-se. Ela está atolada até o pescoço. O dinheiro arrecadado por Edinho, fruto do assalto aos cofres da Petrobrás, foi parar nas suas contas de campanha. Ela deu prejuízo a Petrobrás de quase 1 bilhão de dólares ao autorizar a compra da refinaria de Pasadena quando esteve à frente da presidência do Conselho da Petrobrás. Além disso, responde a processos no TSE e no TCU, neste tribunal por administrar o país com irresponsabilidade.
Os ministros do STF estão dando provas inequívocas de que não vão ceder a pressões palacianas que tentam impedir o prosseguimento da Lava-Jato com a expedição dos primeiros mandados de busca e apreensão na casa de políticos com fórum privilegiados. É bom que outros ponham a barba de molho, depois do aviso da Corte de que, depois do mensalão, a conta com os padrinhos já está paga. Agora, o que os ministros mais querem é andar nas ruas sem serem molestados.
15 de julho de 2015
Jorge Oliveira
A postura atual dos ministros do supremo mostra que não haverá contemplação com quem estiver envolvido na operação Lava-Jato, o que ficou muito claro com a busca e apreensão feita na casa e escritórios de empresários e políticos, entre eles o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello. Ele viu, atônito, ser retirado da Casa da Dinda, uma de suas moradias, vários carros de luxo avaliados em milhões de reais. Os mandados assinados por três ministros do Supremo Tribunal Federal não deixam dúvida quanto a intolerância com aqueles que se julgavam intocáveis até então.
Escrevi aqui, não faz muito tempo, artigo em que dizia que no Brasil a cadeia foi feita para enjaular os três pês – puta, pobre e preto. De lá pra cá, parece que muita coisa mudou. No xadrez da Polícia Federal, em Curitiba, estão presos a nata do empresariado e diretores de empresas púbicas até então homens acima de qualquer suspeita. Para que isso fosse possível, um grupo de abnegados procuradores do Ministério Púbico, liderados pelo juiz Sérgio Moro, desencadeou uma operação indiscriminada de caça às bruxas prendendo e condenando dezenas de nobres senhores fora do mundo dos três pês.
A operação, que começou com a prisão do dono de um posto de gasolina em Brasília, aprofundou-se de tal forma que já entrou pela porta adentro do Palácio do Planalto e agora do Congresso Nacional com o inequívoco respaldo do STF que autorizou a blitz na casa de empresários e políticos. Nota-se, portanto, que os ministros do tribunal não estão dispostos a abrir mão de suas prerrogativas constitucionais para apadrinhar outros personagens importantes envolvidos nos escândalos de corrupção. E, de uma vez por todas, mandam um recado claríssimo de que não querem ser mais admoestados.
Essa postura do STF deixa sem dormir a cúpula do PT. E a Dilma em maus lençóis, quando o dono da UTC, Ricardo Pessoa, afirma em depoimento que doou quase 8 milhões de reais ao Edinho, ex- tesoureiro da sua campanha, atual Ministro da Comunicação Social, dinheiro roubado da Petrobrás. Numa reunião reservada com Aloizio Mercadante, o Edinho e assessores do seu gabinete, Dilma expressou o temor com o cerco ao seu governo ao afirmar que “não tenho nada a ver com essa merda, portanto não vou pagar por isso”. Engana-se. Ela está atolada até o pescoço. O dinheiro arrecadado por Edinho, fruto do assalto aos cofres da Petrobrás, foi parar nas suas contas de campanha. Ela deu prejuízo a Petrobrás de quase 1 bilhão de dólares ao autorizar a compra da refinaria de Pasadena quando esteve à frente da presidência do Conselho da Petrobrás. Além disso, responde a processos no TSE e no TCU, neste tribunal por administrar o país com irresponsabilidade.
Os ministros do STF estão dando provas inequívocas de que não vão ceder a pressões palacianas que tentam impedir o prosseguimento da Lava-Jato com a expedição dos primeiros mandados de busca e apreensão na casa de políticos com fórum privilegiados. É bom que outros ponham a barba de molho, depois do aviso da Corte de que, depois do mensalão, a conta com os padrinhos já está paga. Agora, o que os ministros mais querem é andar nas ruas sem serem molestados.
15 de julho de 2015
Jorge Oliveira
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