Dentro do governo, o clima é de apreensão, uma vez que a inflação persistentemente elevada destrói qualquer possibilidade de a economia se recuperar ainda no fim deste ano, como vem pregando o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. O risco, com a carestia rodando próxima de 9%, é de o nível de atividade despencar.
A confiança dos consumidores já está no chão diante da disparada do desemprego, que caminha para 10%, segundo a Pnad Contínua. Muitas famílias cortaram em até 40% os gastos mensais nos supermercados e nas lojas para acomodar a alta das tarifas públicas no orçamento doméstico. Nesse contexto, não há como a indústria ampliar a produção. As empresas, por sinal, estão sofrendo com o encalhe de estoques. Fábricas estão sendo fechadas e as férias coletivas se multiplicam.
De nada adianta o governo insistir em discursos positivos, incentivar o consumo, pois quem vive da renda do trabalho sabe que as coisas estão ruins e vão piorar muito. O que mais irrita os consumidores é que eles sabem exatamente de quem é a culpa: da presidente Dilma Rousseff, que, no primeiro mandato, optou por experimentalismos na economia que levaram ao desastre. Arrumar a casa custará muito caro e levará tempo. A fatura, como sempre, será paga pelo lado mais fraco, a população.
15 de junho de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense
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