"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

CRÔNICA HIPOTÉTICA PATÉTICA

Era uma vez um "país de meia verdade", daqueles não muito sérios como dizia o General Charles De Gaule. Sua força terrestre, já faz muito tempo, vinha atravessando um processo altamente despersonalizante, em particular e principalmente, direcionado ao seu alto comando. Neste país, todas as leis, regulamentos e estamentos vigoravam até o instante em que seus dispositivos pudessem passar a incomodar a governança e sua politicalha, que eram absolutamente alheias aos reais problemas de um povo que, malgrado o desgaste material e revanchista por que passava seu exército, ainda o mantinha no topo como a instituição mais confiável do seu país.

Eis que elementos da mais baixa estatura moral, alguns até condenados pela justiça, são condecorados com medalhas deste exército que, tantas vezes humilhado, sem que haja uma reação na sua justa medida por quem de direito e dever, já estava sendo chamado, por isso mesmo, de "brancaleone", mais precisamente pelos civis, justamente aqueles tiranicamente estupefatos com a leniência que se estabelecera e o pouco caso que, de uns tempos para cá, se passara a fazer a um auto respeito, até bem pouco, mantido, ainda, como cláusula pétrea religiosamente observada pelos seus comandantes.

O medo de "pisar no calo" de quem destratava este exército é tanto que seu comando já pensava em alterar (seria mais cômodo para não pegar tão mal) o regulamento das comendas, incluindo parágrafo nos seguintes termos: -"Os dispositivos constantes nos estamentos das medalhas militares devem ser respeitados, desde que não causem melindres aos interesses da governança e dos políticos." Existiam até militares deste desafortunado exército que pensavam não se dever dar tanta importância a este regulamento da medalhística, na medida em que existiam outros problemas nacionais mais importantes merecendo a atenção de seu comando, como se honra e brio pudessem ser relevados por Instituição fincada nestes princípios basilares, estes tão marciais nas suas essências e nos seus juízos de valor.

O tempo não para e, vendo a banda passar, o comandante perdeu o bonde, com gravíssimas consequências para a instituição e para o país, posto que, com suas atitudes e declarações dúbias e, até então, sem mostrar ao que viera, escorou-se nos rapapés de alguns poucos notórios, mas, incuráveis "pastores de ovelhas", não fazendo cessar o processo revolucionário e desagregador reinante pelo qual passava a nação. Pobre "país de meia verdade" que, junto com o seu exército assimilador de vilipêndios, perdeu o seu tempo e o espaço que podia vir a ocupar no contexto da comunidade internacional.

Enfim, que DEUS tenha piedade...



11 de maio de 2015
Paulo Ricardo da Rocha Paiva

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