"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

OU O BRASIL ACORDA, OU O PT ACABA COM ELE




Quando cessar a barulheira inútil da irresponsabilidade sem fim que é o carnaval brasileiro (possivelmente neste final de semana), ainda sobrará tempo para que a população se mobilize e busque, ao menos uma vez na vida, reivindicar direitos na tentativa de impedir que ladrões dos cofres públicos desfiram golpe decisivo no roubo ora conhecido como “petrolão”. O ex-ministro Joaquim Barbosa (STF), que correu sério risco ao remeter envolvidos do mensalão para a cadeia, emitiu o alerta.

Disse sua ex-excelência que “-Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a presidente Dilma demita, imediatamente, o Ministro da Justiça”. E o que fez José Eduardo Cardoso (PT-SP) de tão grave? Reuniu advogados da construtora de Ricardo Pessoa, a UTC, em Brasília, e desaconselhou que fechassem acordo de delação premiada (Pessoa já estava prontinho para contar tudo o que sabe), porque, segundo o ministro “-A Operação Lava Jato vai mudar de rumo radicalmente”.

O problema é que a possível delação de Ricardo Pessoa iria juntar provas e dados irrefutáveis que colocam Dilma Roussef e Lula da Silva, o Lularápio, no comando da roubalheira. Sem contar a Odebrecht, que conhece a parte mais interessante da história do perdão “gracioso” de dívidas de alguns países africanos (concedido pelo então presidente da República), arranjo que desagua na concessão de financiamentos por parte do BNDES, com dinheiro de propinas levado a contas bancárias no exterior.

Enquanto o carnaval rolou pelo Brasil afora, os principais dirigentes petistas agiram intensamente e continuam agindo. O brado do ex-ministro Joaquim Barbosa foi com relação à aprovação mais do que rápida de uma Instrução Normativa, produzida no Palácio do Planalto (sob o batuque de tambores e pandeiros momescos), encaminhada ao TCU pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Tudo para salvar outro Luiz Inácio (com “z”) e anular a atuação do juiz federal Sérgio Moro.

A pressão que está sendo exercida em cima dos ministros do TCU é vergonhosa! Os mentores da canalhice querem impedir a qualquer custo o avanço do instrumento da delação premiada, pois sabem que se houver decisão justa, depois de concluídas as investigações, o primeiro a ir para a cadeia será o ex-presidente da República. Já existem elementos suficientes apontando Lula da Silva. Mas no bordel de quinta categoria em que se transformou o Brasil, só se pune quem estiver excluído da corte.

O não engajamento de Joaquim Barbosa na última campanha eleitoral presidencial provou ter sido correto e de acordo com a isenção que deveria assumir, especialmente depois de julgamento histórico em que foi o principal protagonista. Se ele não estivesse na relatoria do processo do mensalão, os principais acusados teriam saído impunes. Foi o seu empenho pessoal, na análise criteriosa do caso, que levou à condenação (embora mínima), de figurões como Zé Dirceu e Zé Genoíno.

Com a expulsória de dois ministros (Cezar Peluso e Ayres Britto), a presidente Dilma nomeou Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso, respectivamente. O primeiro é autor de habeas corpus que impediu a prisão do diretor petista da Petrobras Renato Duque. O segundo, na sabatina do Senado que o aprovou para o cargo, declarou que o julgamento do mensalão havia sido “um ponto fora da curva”, inferindo ocorrência de “injustiça” para os condenados e marcando posição contrária ao resultado.

Existe agora muita expectativa com relação à indicação do substituto de Joaquim Barbosa, citando-se nomes execráveis, inclusive o do próprio ministro da Justiça. Mas é a população que tem de se fazer ouvir e não ficar à espera permanente de um Salvador. Se não exigir seus direitos e a moralização dos costumes, o remédio será desistir e entregar o país de vez a Fernandinho Beira-mar. Querem abafar o petrolão!

20 de fevereiro de 2015
Márcio Accioly é Jornalista.

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