Em outras palavras, a presidente terá que negociar mais. E o seu carrasco será mesmo o PMDB. O partido sabe, como nenhum outro, reconhecer os momentos em que tem o passe valorizado. Vai cobrar o preço, e, provavelmente, inflado.
Entretanto, dificilmente essa situação deve ser uma constante. Daqui a um tempo, quando boa parte das demandas parlamentares estiver resolvida, o clima de paz deve ser restabelecido. Não é possível para um aliado viver em clima de guerra o tempo todo. Também não é possível para o governo federal permitir que a animosidade seja uma constante. E o PMDB sabe disso. O partido conhece o momento de tensionar e distensionar.
Dilma terá dificuldades, mas a situação somente terá contornos graves se ela não conseguir atender o que for considerado fundamental. Contempladas as demandas mais importantes, a presidente deve criar condições para também dizer “não” aos caprichos. O que isso tem de diferente em relação às negociações entre o PMDB e o governo federal em momentos anteriores? Nada além da intensidade. Agora o limite entre o fundamental e a perfumaria foi alterado. Algumas perfumarias terão que fazer parte do que é fundamental.
JOGO DURO
É um momento crucial para testar a capacidade da presidente petista, que já é conhecida por fazer “jogo duro” e por não ceder facilmente. E aí vem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a ideia de permanecer mais perto do governo federal no segundo mandato. Essa não é um boa ideia para ninguém.
Para Dilma é como passar um atestado de incompetência, o que municia a oposição, que já está fortalecida. E para Lula cria um impasse muito forte. Se ele próprio não confia em sua afilhada, quem vai confiar? E como será em 2018, quando outro nome terá que ser lançado? Quem apostará nesse novo apadrinhado?
Uma hipótese, entretanto, precisa ser considerada. Lula, embora negue o tempo todo, pode estar pensando em ser ele próprio o candidato a presidente. Aí há motivos para tanta proximidade.
Essa possibilidade pode ser boa para o Brasil? Ainda é muito cedo para responder a essa pergunta, mas uma coisa é certa. PT e PSDB têm planos para longo prazo. Nenhum dos dois partidos deixará de começar a pensar a eleição de 2018 imediatamente. Na verdade, as peças já estão no tabuleiro de xadrez, um jogo difícil que exige inteligência.
(transcrito de O Tempo)
02 de novembro de 2014
Carla Kreefft
Entretanto, dificilmente essa situação deve ser uma constante. Daqui a um tempo, quando boa parte das demandas parlamentares estiver resolvida, o clima de paz deve ser restabelecido. Não é possível para um aliado viver em clima de guerra o tempo todo. Também não é possível para o governo federal permitir que a animosidade seja uma constante. E o PMDB sabe disso. O partido conhece o momento de tensionar e distensionar.
Dilma terá dificuldades, mas a situação somente terá contornos graves se ela não conseguir atender o que for considerado fundamental. Contempladas as demandas mais importantes, a presidente deve criar condições para também dizer “não” aos caprichos. O que isso tem de diferente em relação às negociações entre o PMDB e o governo federal em momentos anteriores? Nada além da intensidade. Agora o limite entre o fundamental e a perfumaria foi alterado. Algumas perfumarias terão que fazer parte do que é fundamental.
JOGO DURO
É um momento crucial para testar a capacidade da presidente petista, que já é conhecida por fazer “jogo duro” e por não ceder facilmente. E aí vem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a ideia de permanecer mais perto do governo federal no segundo mandato. Essa não é um boa ideia para ninguém.
Para Dilma é como passar um atestado de incompetência, o que municia a oposição, que já está fortalecida. E para Lula cria um impasse muito forte. Se ele próprio não confia em sua afilhada, quem vai confiar? E como será em 2018, quando outro nome terá que ser lançado? Quem apostará nesse novo apadrinhado?
Uma hipótese, entretanto, precisa ser considerada. Lula, embora negue o tempo todo, pode estar pensando em ser ele próprio o candidato a presidente. Aí há motivos para tanta proximidade.
Essa possibilidade pode ser boa para o Brasil? Ainda é muito cedo para responder a essa pergunta, mas uma coisa é certa. PT e PSDB têm planos para longo prazo. Nenhum dos dois partidos deixará de começar a pensar a eleição de 2018 imediatamente. Na verdade, as peças já estão no tabuleiro de xadrez, um jogo difícil que exige inteligência.
(transcrito de O Tempo)
02 de novembro de 2014
Carla Kreefft
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