"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

SOBRE O MEDO E ESPERANÇA EM PERÍODO ELEITORAL


 
Estou estupefato pelo clima pesado que reina no adolescente país tropical, ainda sem cultura, ou ainda, com um mix de culturas e diversidades, que se estendem de um Sul de chimarrão, que canta a plenos pulmões o hino das revoltas Farroupilhas, até um Olodum baiano, colorido com as cores africanas.

Nesse paraíso mal resolvido, me pergunto: devo ter medo ou esperança por, entre tantos cantos deste mundão de Deus, ter nascido brasileiro?



Essa miscelânea de raças, que, se balançada a árvore genealógica, faz cair europeus, africanos, índios e quem mais vier, já foi virtude.

É triste ver que esse potencial vai sendo dizimado por essas pragas chamadas “redes sociais de militância”, nas quais guerrilheiros virtuais, covardes e radicais, camuflados por anonimato e imaturos pela diluição de consciência, individualmente, insuflados por centenas ou milhares, incendeiam, assassinam e querem ver o circo pegar fogo.

É um fenômeno até esperado, pois temos, nesses 150 mil anos de história da humanidade, tentado aprender a viver de forma civilizada, cidadã, organizada, mas diferenças de raça, credo, religiosas e de nacionalidade a todo momento são usadas por falsos líderes para desencadear guerras tão sangrentas quanto inúteis.

Somos ainda mais tendentes ao animalesco, à brutalidade, cortadores de cabeças, fazedores de guerra, os que massacram, impiedosos, os inocentes.

Esse lado de querer ver o que há de pior, de adorar o nocaute, o acidente na corrida, a briga na festa, e depois morrer de dó é nossa herança sádica e masoquista.

Ora somos os oprimidos e, quando obtemos o poder, passamos a opressores, em um círculo vicioso de construir e destruir.

E A CORRUPÇÃO?

Arroga-se a dizer que a corrupção atual é mais honesta que a da oposição, pois vira cesta básica para os descamisados e enriquecimento para os companheiros. Nessa sopa de letrinhas de partidos políticos que adoram surfar em mar de ondas de lama, digo que estou nauseado! Enojado com a cara de pau dos que se dizem líderes, mas não são!

Tenham a decência de não vir propor, a essa altura do campeonato, essa guerra civil de Nordeste contra Centro-Sul, de pobre contra rico, de vermelhos contra azuis. Quem foi eleito presidente do país em 1928? O senador por Minas em 1976? O governador de 1992? Vento que sopra…

FALSOS LÍDERES

Vaidades pueris, de falsos líderes, riquezas subtraídas de merendas escolares, desaparelhamento de hospitais, que vão para o quinto dos infernos, para as papudas da vida! Pois, petistas e antipetistas radicais, saibam que somos a única espécie que não é comandada por verdadeiros líderes.

Afinal, estes já nascem para tal, pois são desapegados, ágeis, capazes de conduzir seus comandados para situações de proteção, têm estratégias de caça, de defesa, de manter e agregar seus comandados.

São machos-alfa, respeitados. E quando surge um concorrente, olham-se nos olhos e, num combate justo (sem marqueteiros e golpes baixos), se enfrentam, e o que vencer assume a sagrada tarefa de comandar os demais.

Simples assim, nobre, natural e verdadeiro.

Enquanto isso, aviso: não venham ativar meus medos! Estes já são elevados com a violência urbana, com esse mundo louco, com o caos urbano, na saúde e na educação. Nem me vendam falsas esperanças, pois as comprei, em 2002, e eram falsas, mentirosas, frustrantes. E esperança é coisa sagrada!

Das poucas esperanças que nos restam e nos alimentam em busca de um novo tempo nesse Brasil contraditório, adolescente, mal resolvido, que tal um pouco de carinho e compreensão?

Um ombro amigo é um lembrete: o barco é o mesmo, a casa é uma só. Se pegar fogo no quarto de empregada, queima até a suíte do casal. No fundo, somos todos interdependentes. É bíblico, servos e senhores, lado a lado.

15 de outubro de 2014

Eduardo Aquino



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