"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

VICE DE MARINA: CAMPANHA PAGA PELO AGRO


Vice de Marina Silva: financiado pelo Agro.
O PSB indicou nesta terça-feira (19) o deputado federal gaúcho Beto Albuquerque, 51, líder do partido na Câmara, para a vaga de vice na chapa de Marina Silva, que nesta quarta assumirá oficialmente a candidatura à Presidência pelo partido, após a trágica morte de Eduardo Campos em um acidente de avião. 

O escolhido tem afinidade com o agronegócio --empresas do ramo estiveram entre as principais doadoras de suas últimas duas campanhas-- e trabalhou, na gestão Lula, pela edição de medida provisória que liberaria o plantio de soja transgênica. Naquela época, Marina era ministra do Meio Ambiente e criticava a iniciativa. 

O presidente do PSB, Roberto Amaral, que anunciou a indicação do vice, disse que a viúva Renata Campos era a candidata "dos sonhos", mas recusou a indicação para se dedicar aos filhos. Integrantes do PSB de Pernambuco queriam uma liderança estadual como vice. Próximo à família do ex-governador e com apreço de Renata, o ex-secretário do governo de Campos Danilo Cabral chegou a ser considerado. 

A cúpula do PSB, porém, optou por Albuquerque por acreditar que ele terá melhores condições de representar os interesses da sigla no debate com o grupo de Marina, a Rede Sustentabilidade. Com base eleitoral no noroeste gaúcho, onde a agricultura sustenta a economia, ele defendeu interesses de cerealistas e empresas de celulose no Congresso. 

Na eleição de 2010, companhias de sementes, beneficiadoras de grãos e empresas como a Celulose Riograndense e a Klabin compuseram metade das receitas do deputado gaúcho na campanha. Suas últimas campanhas para deputado também receberam contribuições de uma empresa de defensivos agrícolas, de uma indústria de armas e de uma cervejaria. O estatuto da Rede, de Marina, veda a arrecadação de doadores desses três ramos. 

O deputado, ao mesmo tempo, também mantém vínculos com agricultores familiares do Estado. Albuquerque já foi duas vezes secretário de governos petistas no Rio Grande do Sul. Na última passagem, de 2011 a 2012, comandou a pasta da Infraestrutura e ajudou a criar a estatal de pedágios idealizada pelo governador Tarso Genro. Deixou o cargo, se afastou do PT e ajudou Campos a ensaiar em 2013 uma aproximação com a senadora Ana Amélia Lemos, candidata do PP e ligada ao agronegócio. 

Marina pressionou contra o acordo e o pernambucano acabou fechando coligação no Estado com o PMDB, do senador Pedro Simon. Ainda assim, Albuquerque e a ex-senadora tem boa relação. Filiado desde os anos 80 e um dos principais articuladores da pré-campanha de Campos, é visto por correligionários como nome com forte vínculo com a história do PSB e com o ex-governador morto. O primeiro ato de campanha dele com Marina deve ser uma caminhada no Recife, no fim de semana.
 
20 de agosto de 2014
in coroneLeaks

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