"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

INDECISÃO, ANTESSALA DA AUSÊNCIA?



 

As pesquisas indicam 47 milhões de eleitores ainda indecisos, que não sabem em quem votar para presidente da República. Como são onze candidatos registrados, não será por falta de opção política ou ideológica.
A indecisão revela mais do que a procura pelo eleitor de alguém afinado com o seu pensamento ou suas preferências: demonstra a rejeição de boa parte da sociedade aos políticos. Tanto faz se estão na disputa Dilma, Aécio, Eduardo ou qualquer outro. São todos repudiados por pertencerem à mesma classe.
 
Faltam dois meses e meio para as eleições, as campanhas entram agora em nova fase, mas o risco é da transformação dos indecisos em ausentes. Em não participantes do processo, seja ficando em casa, votando em branco ou anulando o voto.
 
Essa reação, ainda que justificada, só prejudicaria as instituições democráticas. Beneficiaria os piores. Nos períodos de ditadura, abster-se de participar da farsa eleitoral chega a constituir um dever do cidadão. Na democracia, porém, é burrice. Equivale a abrir espaço para os que seriam derrotados pelo voto consciente.
 
A FELICIDADE OBRIGATÓRIA
 
Uma das diversas constituições que a Espanha produziu no começo do século passado estabelecia que todo cidadão espanhol era obrigado a ser feliz. Guardadas as proporções, coisa parecida pode ser identificada nos programas dos principais candidatos presidenciais. Com uma facilidade que beira a irresponsabilidade, eles prometem tudo. Mas não detalham como realizarão tantas bondades. Deixam de indicar as fontes de receita. Estariam pensando em aumentar impostos?

16 de julho de 2014
Carlos Chagas

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