Recuso-me terminantemente a aceitar a ideia de que "a seleção é a pátria de chuteiras", como queriam Nélson Rodrigues e e seu pai Mário Filho. Acima de tudo, a Copa é congraçamento. Futebol é esporte. Eu só entendo esporte na concepção do barão de Coubertin que levou à criação dos Jogos Olímpicos: educação e autosuperação.
Além do mais, não sou brasileiro apenas quadrienalmente e, mesmo assim, até a primeira derrota da seleção...
Para mim, que vença o melhor, o mais capaz, o mais educado, o que possa servir de exemplo pelo fair play e pelo comportamento civilizado ao resto do mundo. Abomino a catimba, a falta de respeito, a deslealdade e tudo aquilo que permite vencer sem mérito. Quem venceu sem mérito não venceu. Simplesmente enganou. Não é campeão, mas usurpador.
Há ainda o fator sorte ou acaso, que às vezes não deixa que aquele que merece vença. A Copa de 1974, quando a Alemanha venceu a Holanda, frustrou os que amam o esporte pelo esporte. Mas a vitória alemã não foi imerecida. Há méritos na constância.
Quem viu as Copas de 1958 e a de 1970 viu o atleta brasileiro em seu ápice. A rigor, por tudo que significaram, essas duas Copas me bastariam. O resto, a não ser pela de 1962, é supérfluo, sem o brilho, a espontaneidade, a alegria das posteriores.
A Colômbia tem minha simpatia. A Holanda, também. Principalmente pela alegria. Não pelo espetáculo, indubitavelmente bonito, mas porque demonstra o esporte pelo esporte, espontâneo, leal, entusiasmado. Esse, sim, é o futebol!
Que venha a Colômbia. A não ser que o Brasil mereça a vitória.
João Guilherme C. Ribeiro é Empreendedor Cultural.
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