Já são tantos os pontos fora da curva que eles já estão a formar uma outra curva, diferente da que era considerada normal pela sociedade consciente e responsável.
Esta outra possui ordenadas que atingem valores até então nunca vistos.
Alguns deles:
Os ares de urgência pontual, operacionalizada por membros recentes do plenário do STF, com o objetivo de atender demandas de condenados e presos do mensalão, apressados, que desejam trabalhar enquanto presos, quando há tantas questões urgentes que se avolumam nas gavetas e terminais digitais da justiça, sem pressa para serem resolvidas.
O baixo nível das barganhas políticas levadas a efeito pelo governo, ao negociar com partidos nanicos visando à apropriação de mais alguns minutos de televisão como parte da campanha eleitoral, que se anuncia desleal, objetivando a permanência da atual equipe ou seus prepostos à frente dos destinos do país, numa espécie de continuísmo viciado.
Uma inflação contida artificialmente, arquitetada para se manter falsamente baixa até as próximas eleições.
A atuação, como até hoje não se viu igual em qualquer outro país, de um presidente virtual, fora do cargo, que, dos bastidores, desfia responsabilidades alheias, por problemas iniciados e fertilizados durante seus mandatos, além de alimentar uma cisão entre a classes sociais, projeto do qual na verdade nunca se afastou desde que assumiu o poder.
A manifestação do atual chefe de estado real que, quando exposto em local público se depara com um repúdio cuja causa real não confessa, mas que atribui à ação de uma absurda elite branca, em discursos cujas retóricas são inconsistentes.
Estes são alguns, mas não todos, os pontos que formam a nova curva, cuja tendência, e muito menos a convergência, se houver, ninguém poderá prever.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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