"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 21 de junho de 2014

PSDB TENTARÁ MEIRELLES COMO VICE DE AÉCIO ATÉ O LIMITE




Está claro, apesar do efeito dispersivo da Copa do Mundo, que  os lances mais estratégicos da atual fase da campanha eleitoral se desenvolvem em São Paulo – menos em torno dos partidos que polarizam a eleição – PT e PSDB – e mais entre os personagens da oposição.

 As negociações em torno de uma possível aliança do ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD, e o governador Geraldo Alckmin, se levadas a termo, ampliarão a pressão do PSDB para que o PSD deixe a coligação para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

 O alvo a ser conquistado é o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nome preferido – e ideal – pelo candidato tucano Aécio Neves (MG), para vice em sua chapa. Meirelles (PSD) reúne o gene tucano que foi decisivo no êxito econômico do governo Lula.

 Sua presença na chapa não só agrada ao mercado, afastado do governo Dilma, como atrela o sucesso da gestão petista a um perfil econômico buscado nos quadros tucanos – afinal,  Meirelles renunciou a um mandato de deputado federal pelo PSDB, obtido com votação recorde, para atender a um apelo de Lula. Para assumir o BC.

Teve papel decisivo no bom desempenho da economia, funcionando como operador e sentinela da continuidade do Plano Real, nos termos do compromisso assumido por Lula na Carta aos Brasileiros.


LEMBRANDO

 Formou com o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, uma dupla de resistência à pressão do PT por mudanças nos fundamentos do Plano Real, inclusive da Chefe da Casa Civil de então, Dilma Rousseff, que os considerou “rudimentares”.

Eleita, Dilma deu sentido prático à sua crítica ao modelo vitorioso, alterando-o e iniciando um processo degenerativo da economia. Foi quando o ex-presidente Lula chegou a propor que trouxesse de volta Meirelles, como forma de resgatar a confiança do mercado e, por extensão, dos investidores.

 Trazer Meirelles de volta, significaria para Dilma dar a mão à palmatória e reconhecer erros na condução da política econômica que a ela são atribuídos em razão de seu estilo centralizador. Não há como se responsabilizar isoladamente o ministro da Fazenda, se todos sabem que nem conserto de buraco de rua escapa à exigência de aprovação pela presidente.

ELEIÇÃO PAULISTA

 A disputa em São Paulo se dá entre PSD e PSB, este com apoio do PSDB. O partido socialista quer o deputado Márcio França como vice de Alckmin, produzindo um up grade na aliança história que mantêm no Estado.

 Para fazer valer esse objetivo, o PSB enfrentou o veto à aliança da ex-senadora Marina Silva, materializando o primeiro confronto público entre a Rede e o partido, o que dá a medida do empenho em ser o protagonista principal no cenário paulista.

 O PSDB precisa da adesão de Kassab, também no plano nacional, para viabilizar Meirelles como vice na chapa de Aécio Neves. É nisso que investe, usando o prazo máximo para a formalização do vice, na expectativa de ter o melhor cenário.

 Mas, à falta deste, escolherá provavelmente entre o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) e o ex-senador Tasso Jereissati (CE), que voltou a frequentar bons índices de aprovação no seu Estado, somando também para ampliar os votos nordestinos do PSDB e reduzir os de Dilma.

 Tasso é também puxado para o campo da batalha eleitoral pelo PMDB, cujo candidato ao governo do Ceará, senador Eunício de Oliveira, lidera as pesquisas, com quase 40% das intenções de voto, mas não consegue o apoio do governador Cid Gomes e do irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, ambos hoje no PROS.

21 de junho de 2014
João Bosco
Estadão

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