"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 8 de dezembro de 2013

ELEIÇÕES CHILENAS: OSTEOPOROSE POLÍTICA E "BANCO" DOS RÉUS

           
          Internacional - América Latina 
Uma ex-guerrilheira e um ex-guerrilheiro, a presidente do Brasil e o presidente do Uruguai, governam seus países sem que tenham demonstrado o menor arrependimento por seus respectivos passados violentos.

1. No Chile, no primeiro turno eleitoral de novembro de 2013, bastou um pequeno aumento do centro e da direita, que alcançou 25% dos votos, para transformar o triunfo da candidata socialista Michelle Bachelet em uma “amarga vitória”, como a qualificaram observadores políticos.
 
2. Sim, uma “amarga vitória” socialista porque as pesquisas indicavam que Bachelet arrasaria a candidata de centro-direita Evelyn Matthei no primeiro turno. Porém, um quarto dos votantes foi suficiente para empanar a auréola de invencibilidade socialista e comprometer o ímpeto esquerdizante de um eventual próximo governo socialista.
 
3. O resultado chileno do primeiro turno repercutiu na América Latina, e fez os latino-americanos socialistas hoje no poder, como no Brasil e Uruguai, colocar as barbas de molho porque em 2014 eles terão que enfrentar eleições presidenciais. Também haverá eleições nacionais na Colômbia, El Salvador, Costa Rica, Panamá e República Dominicana.
 
4. Uma preocupação das esquerdas chilenas com a “amarga vitória” no primeiro turno eleitoral, e com o que possa ocorrer no segundo turno, é que o centro e a direita chilena percebam, ou tenham que reconhecê-lo, que estão sendo vítimas de um processo de “osteoporose” psicológica e política.
 
5. No organismo humano, a osteoporose consiste em uma rarefação e perda do tecido ósseo, e se a considera uma enfermidade silenciosa, porque em muitos casos somente se manifesta quando por causa de quedas ou acidentes se produzem fissuras ou fraturas nas regiões da coluna lombar, o colo do fêmur, etc.
 
6. Hoje em dia, no plano do organismo humano, existem remédios eficazes para estancar e inclusive reverter a osteoporose. No plano psicológico e político, nos quais o livre arbítrio é um componente substancial, também têm que existir tratamentos anti-osteoporose. E se não existem, é preciso criá-los porque é uma questão de sobrevivência.
 
7. Um elemento que pode estar na causa da osteoporose política do centro e da direita no Chile e na América Latina é que as esquerdas continentais habilmente conseguiram descer do merecido “banco” dos réus, por haver impulsionado convulsões políticas revolucionárias na América Latina nas últimas décadas, para passar a responsabilidade ao centro e à direita.
 
8. Na realidade, os primeiros e principais responsáveis pelas convulsões que assolaram a América Latina a partir de 1960 foram as esquerdas pró-russas e pró-cubanas que pretenderam transformar o continente em uma gigantesca Cuba. O próprio Chile, na década de 1970, foi testemunha e vítima de uma “via chilena para o socialismo”, na qual o papel de Cuba castrista e de setores eclesiásticos “liberacionistas” foi preponderante.
 
9. Os grandes responsáveis, ou seus herdeiros ideológicos, não somente conseguiram descer do “banco”, senão que nem sequer pediram perdão pelo que fizeram ou consentiram. Basta mencionar que uma ex-guerrilheira e um ex-guerrilheiro, a presidente do Brasil e o presidente do Uruguai, governam seus países sem que tenham demonstrado o menor arrependimento por seus respectivos passados violentos. E no Chile, o horror allendista e a responsabilidade socialista-comunista pelos terremotos políticos que empurraram o país à beira do abismo, ficaram em um segundo plano nos debates políticos das candidatas presidenciais socialista e centro-direitista.
 
10. Sim, a “osteoporose” do centro e da direita chilena sem dúvida tem cura. Basta encontrar e seguir com seriedade um tratamento adequado. No próximo 15 de dezembro se realizará o segundo turno ou “balotaje” presidencial. Cada voto anti-socialista, em particular de uma maioria silenciosa que se absteve no primeiro turno, poderá ter efeitos anti-osteoporóticos, não somente no Chile senão em toda a América Latina.

Apontamentos de Destaque Internacional (texto interativo, sujeito a atualizações). 03 de dezembro de 2013. Responsável: Javier González - destaque2016@gmail.com Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.  
 
Aviso: estes apontamentos de Destaque Internacional são breves comentários interativos e esquemáticos, de caráter oficioso, que não necessariamente representam a opinião de todos os membros de seu conselho de redação. Os comentários destinam-se a chamar a atenção sobre temas “politicamente incorretos” e que costumam ficar à margem, apesar de que são vitais para a sociedade. Nossa finalidade é a de estimular debates e remover anestesias. São bem-vindas sugestões, opiniões e críticas.
 
08 de dezembro de 2013
Escrito por Cubdest

Tradução: Graça Salgueiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário