"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

SAQUES, CAOS E ANARQUIA GERAL NA VENEZUELA




 
 
 
 
Dezenas e fotos e vídeos postadas pelo site noticioso da Venezuela, Reportero24, mostram que o discurso de Nicolás Maduro, denunciando a "especulação" e promovendo a intervenção na grande rede de lojas Daka, uma das maiores do país, foi o estopim para uma onda de saques e anarquia que já atinge diversas cidades venezuelanas. Muitos estabelecimentos fecharam suas portas nesta segunda-feira temendo a onda de saques.

Num esquema calculado, o chavismo pode gerar um clima de caos quando terá então oportunidade de decretar a suspensão dos direitos políticos de todos os venezuelanos, criando um Estado de exceção, segundo interpretam analistas políticos.
Os sites de notícias da Venezuela também noticiam que Nicolás Maduro agora já inclui nos seus pronunciamentos insinuações de que a oposição estaria se "infiltrando" filas que se formam em frente às lojas para promover a agitação. 

Trata-se de um estratégia de culpar a oposição pelo caos. Para quem não sabe, a oposição na Venezuela, como de resto em todos os países latino-anericanos sob o controle do Foro de São Paulo, é uma oposição que concentra a parcela mais esclarecida e educada da população. 

Tanto é que no último sábado uma "Marcha Auto-Convocada" nas redes sociais reuniu milhares de pessoas em Caracas e em pelo menos mais de 50 cidades principais da Venezuela. As fotos do evento mostram manifestações pacíficas e ordeiras, com cartazes, palavras de ordem mas sem qualquer tipo de violência.

Os venezuelanos em sua maioria são contra o governo de Nicolás Maduro porque enfrentam escassez de alimentos, medicamentos, papel higiênico e sentem no bolso a inflação galopante que devora os salários.
Além disso esse país, sob o chavismo no poder há 14 anos, vive um clima de violência com dezenas de assassinatos diários em todo o país, roubo à mão armada, assaltos que transformaram a vida dos venezuelanos num verdadeiro inferno.

Após o anúncio de Maduro no último sábado de intervenção na rede de lojas Daka, a primeira a sofrer os saques conforme de pode constatar neste vídeo, o tiranete nesta segunda-feira foi à televisão pedir a ordem e a calma afirmando que "os preços baixos" decretados pelo governo irão perdurar.

Ora, para quem viu o que ocorreu aqui no Brasil com o congelamento de preços no governo Sarney, sabe muito bem que isso não funciona. As pessoas têm memória curta, mas naquela época houve escassez de alimentos no Brasil e até a importação de carne e outros produtos, algo insólito, para um país como o Brasil tradicional exportador de carne e muitos outros alimentos.

O Brasil só começou a funcionar de verdade quando o governo de Fernando Henrique Cardoso atirou no lixo o receituário econômico socialista e iniciou o processo de privatizações, a par do Plano Real que debelou a histórica inflação que durante anos impediu a grande maioria dos brasileiros de ter acesso as diversos bens. 

Teme-se na Venezuela que os grandes grupos empresariais que ainda restam no país poderão fechar as suas portas e os empresários e investidores empreendam uma fuga em massa do país. Aliás, um grande contingente de empresários já abandonou a Venezuela, país que conta com um gigantesco número de exilados políticos em diversos países, com destaque para os Estados Unidos e a Europa.

Há três cenários que podem ocorrer na Venezuela no curto prazo:

1) a consolidação de uma ditadura de molde chinês, com a supressão das liberdades civis e censura total da imprensa e manutenção da propriedade privada sob a severa regulação estatal, mais ou menos como existe na China. O país contaria com inversões chinesas e russas, países com os quais o chavismo têm estreitas relações bilaterais.

2) O segundo cenário tem no horizonte a possibilidade de intervenção de parcela das Forças Armadas ou a sua totalidade, caso a crise se torne ainda mais aguda face ao descontrole da economia. Como tem mostrado a história a inflação corrói qualquer tipo de governo, embora isso não signifique mais adiante a supremacia de um regime democrático.

3)Premido pela adversidade econômica e pelos sinais de inquietação nos quartéis, o governo de Nicolás Maduro tentará uma espécie de distensão política negociando algum tipo de pacto com a oposição, o que é pouco provável que aconteça.

Isto quer dizer que o futuro da Venezuela não é bom sob nenhuma hipótese. É o preço que a Nação pagará por ter embarcado no delírio bolivariano do finado caudilho Hugo Chávez, o corvo que Nicolás Maduro enxerga como um "pajarito".

No mais o que ocorre na Venezuela é um grande exemplo para boa parte dos brasileiros, senão a maioria, que há mais de uma década - em que pese a realidade dos fatos - vêm sufragando os candidatos do PT partido que é unha e carne do chavismo. Aliás, é o PT que comanda o Foro de São Paulo. 

Como se vê, este é um assunto que não está restrito à Venezuela, e teria obrigatoriamente de entrar no repertório da oposição. Se isto não for feito nesta eleição de 2014, o Brasil tem tudo para emular a Venezuela logo ali adiante... 

NOTEM NESTA FOTO ABAIXO
CENA DA MARCHA DE PROTESTO NA VENEZUELA CONTRA O GOVERNO AUTO-CONVOCADA PELAS REDES SOCIAIS REALIZADA NESTE SÁBADO, DIA 9. TRANQÜILIDADE E ORDEM:
 
 
12 de novembro de 2013
in aluizio amorim

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