"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O "DEUS" DA CORRUPÇÃO QUER RECORRER CONTRA O SUPREMO


 
Na véspera de o Supremo Tribunal Federal decidir se os condenados do mensalão terão direito a novo julgamento, o ex-ministro José Dirceu disse ontem que não considera que essa etapa seja o último capítulo do processo.Condenado a dez anos e dez meses de prisão, ele afirmou que pedirá revisão criminal e que pretende questionar as decisões do Supremo em cortes internacionais.
 
Dirceu já declarou que, após o trânsito em julgado do processo, vai recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). Ele alegará que teve seu direito de defesa cerceado e questionará o fato de ter sido julgado diretamente pelo STF, instância máxima da Justiça brasileira, e não por um tribunal de instância inferior.
 
O ex-ministro voltou a mencionar essa possibilidade em entrevista concedida na manhã de ontem à Fundação Perseu Abramo, centro de estudos vinculado ao PT, transmitida pela internet."Amanhã [hoje] ou quinta teremos mais um capítulo, talvez o último [do julgamento]... não o último, porque depois temos revisão criminal, as cortes internacionais", afirmou. "Eu tenho que provar minha inocência, porque esse direito me foi negado."
 
Dirceu disse encarar o fim do processo com "serenidade e tranquilidade" e se definiu como vítima de preconceito da elite contra seu partido."Fui transformado no principal alvo do ódio, da inveja de setores da elite do país que não se conformam com a eleição do presidente Lula, com o papel que ele tem no mundo, com o PT, com a eleição da Dilma. Acabei escolhido para ser o símbolo desse ressentimento que eles procuram disseminar", declarou.
 
Ele também reclamou da imprensa. "Não sei se alguém no Brasil sofreu campanha tão intensa, generalizada, difamatória, caluniosa e, muitas vezes, sem acesso aos meios de comunicação para me defender, com honrosas exceções", afirmou Dirceu. O petista evocou o período em que viveu no Brasil na clandestinidade, na década de 1970, para dizer que não pretende deixar o país nem "fugir" da sentença a que foi condenado. Ele disse que, durante a ditadura militar, correu risco de morte ao retornar do exílio no México e em Cuba, por ter "paixão" pelo país.
 
"Fico indignado quando dizem que vou sair do Brasil, que vou fugir. Minha luta sempre foi o Brasil", disse. Olhando diretamente para a câmera, que passou a focalizá-lo em close enquanto ele falava sobre o julgamento, o ex-ministro concluiu: "Não se iluda, minha natureza é política. Vou continuar sendo sempre o Zé Dirceu, militante do PT".
 
EMBARGOS
 
O Supremo deve decidir hoje sobre a viabilidade dos embargos infringentes, recursos que, segundo o regimento da corte, se aplicam aos casos em que os réus foram condenados por placares apertados, com pelo menos quatro votos a favor da absolvição.
 
A dúvida sobre sua aplicação no julgamento do mensalão é que esses recursos não estão previstos numa lei de 1990 que regulamentou os processos do STF e do STJ (Superior Tribunal de Justiça).No caso de Dirceu, o placar de uma de suas condenações, pelo crime de formação de quadrilha, foi de 5 votos a 4.
 
(Folha de São Paulo)
 
11 de setembro de 2013
in coroneLeaks

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