"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

O ENIGMA JOAQUIM BARBOSA NA COMPLICADA CORRIDA AO PLANALTO


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Charge do Clayton (Charge Online)
Se não desistir na última hora, Joaquim Barbosa assinará a ficha do PSB até sexta-feira. Depois de muitos balões de ensaio, sua filiação pode representar a primeira novidade de fato na corrida presidencial.
O ex-ministro do Supremo não é um outsider clássico. Embora nunca tenha disputado uma eleição, ele passou 11 anos na cúpula do Judiciário. Projetou-se como relator do processo do mensalão, que o transformou numa das figuras mais conhecidas do país.
BANDEIRA DE LUTA – O julgamento associou sua imagem à bandeira do combate à corrupção. Isso explica por que tantos partidos voltaram a cortejá-lo depois da Lava-Jato. O juiz implacável virou um produto disputado na prateleira eleitoral.
Barbosa foi sondado para ser vice de Marina Silva e Luciano Huck. Preferiu o PSB, onde vislumbrou a chance de assumir a cabeça de chapa. A sigla está à deriva desde a morte de Eduardo Campos. Agora pensa ter encontrado uma boia para se salvar do naufrágio eleitoral.
Há um ano, o Ibope incluiu o ex-ministro numa enquete sobre o potencial de voto dos presidenciáveis. Ele teve 24% de menções positivas — o que o credenciaria, em tese, a disputar uma vaga no segundo turno. Em janeiro, Barbosa apareceu com 5% no Datafolha. Apenas 14% disseram não votar nele “de jeito nenhum”.
POTENCIAL – Pesquisas qualitativas indicam que o ex-ministro tem potencial para tirar eleitores de Lula e de Bolsonaro. A questão é saber que discurso ele fará na campanha. O ideário econômico de Barbosa permanece um enigma. Ele se define como um social-democrata, mas nunca disse o que faria se assumisse o governo.
Numa rara entrevista, o ex-ministro contou ter votado em Dilma Rousseff em 2010. Mais tarde, definiu seu afastamento como um “impeachment Tabajara”. Se ele repetir essas opiniões como candidato, será curioso observar a reação de seus fãs à direita, que o idolatravam no papel de caçador de petistas.

04 de abril de 2018
Bernardo Mello Franco

O Globo

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