Ao depor, Geddel chora e mostra que é um cagão
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) por obstrução de Justiça. Com isso, o peemedebista passa à condição de réu e responderá a ação penal por ter, supostamente, atuado para evitar a delação premiada do doleiro e corretor Lúcio Funaro, que poderia implicá-lo em crimes de corrupção na Caixa Econômica Federal.
Na decisão, o magistrado justificou que a denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-ministro atende os requisitos do Código de Processo Penal, pois “descreve de modo claro e objetivo fatos delituosos imputados a Geddel”.
TUDO PROVADO – “Está demonstrada, até agora, a plausibilidade das alegações contidas na exordial acusatória, em face da circunstanciada exposição dos fatos tidos por criminosos e das descrições das condutas em correspondência com os documentos constantes dos autos”, escreveu Oliveira.
Na denúncia contra Geddel, o MPF sustenta que, após a prisão de Funaro, o ex-ministro monitorou e constrangeu a mulher do corretor, Raquel Pitta, com a intenção de “influenciá-lo” a não colaborar com as investigações referentes às operações Cui Bono e Sépsis, que tratam de desvios na Caixa.
O ex-ministro, que antes não mantinha contato com a mulher de Funaro, teria passado a fazer insistentes ligações, especialmente nas sextas-feiras, dia em que ela visitava o marido na prisão.
ESTADO DE ÂNIMO – Muitas vezes, os telefonemas eram no período da noite, a propósito de perguntar sobre o “estado de ânimo” de Funaro. Para a Procuradoria da República no Distrito Federal, Geddel buscava intimidar indiretamente o corretor e impedir ou retardar a sua colaboração. A suposta pressão foi confirmada pelo casal em depoimentos aos procuradores.
O juiz Vallisney de Souza Oliveira destacou, na decisão em que abre a ação penal, o laudo da Polícia Federal que atesta ao menos 16 ligações de Geddel para Raquel, além dos depoimentos dela e do marido, que confirmaram a atuação do ex-ministro para evitar a delação. Oliveira abriu prazo de dez dias para que a defesa do peemedebista apresentar suas alegações iniciais.
As suspeitas de que Geddel tentou atrapalhar as investigações levaram o juiz a determinar sua prisão preventiva em junho deste ano. Depois disso, ele foi transferido do regime fechado para o domiciliar por decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O Planalto vive uma situação de aparente normalidade. Por debaixo dos panos, porém, o clima é de tensão permanente, porque Funaro já acertou a delação, Eduardo Cunha não tem alternativa e Geddel é o pior de todos, o chorão que está recluso em seu apartamento em Salvador e já se prepara para entregar Temer e o resto da quadrilha do PMDB. É por isso que a reportagem do Estadão telefonou na noite desta terça-feira para o advogado de Geddel, Gamil Föppel, mas ele não atendeu. Em sociedade tudo se sabe, dizia nosso amigo Ibrahim Sued. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O Planalto vive uma situação de aparente normalidade. Por debaixo dos panos, porém, o clima é de tensão permanente, porque Funaro já acertou a delação, Eduardo Cunha não tem alternativa e Geddel é o pior de todos, o chorão que está recluso em seu apartamento em Salvador e já se prepara para entregar Temer e o resto da quadrilha do PMDB. É por isso que a reportagem do Estadão telefonou na noite desta terça-feira para o advogado de Geddel, Gamil Föppel, mas ele não atendeu. Em sociedade tudo se sabe, dizia nosso amigo Ibrahim Sued. (C.N.)
24 de agosto de 2017
Deu no Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário