"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 11 de julho de 2017

SEIS PARTIDOS ALIADOS JÁ TROCARAM SEUS INTEGRANTES DA CCJ PARA APOIAR TEMER


Temer faz a última manobra para derrotar o parecer
Temer montou uma operação com partidos da base aliada e do chamado centrão, para modificar a configuração da comissão para tentar garantir os votos contra a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Esses partidos já promoveram a troca de nove titulares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Nesta segunda-feira, foi lido o parecer do relator, deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que pediu a continuidade da tramitação da denúncia. Os nove deputados que entraram na CCJ para apoiar Temer são: PMDB — Carlos Marun; PTB — Nelson Marquezelli; SD — Genecias Noronha; PSD — Evandro Roman; PR — Bilac Pinto, Laerte Bessa, Magda Mofatto e Milton Monti; e PRB — Cleber Verde.
VOTAR COM TEMER – A senha das negociações é: “votar com Temer”, sem entrar no mérito do parecer do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ). Desde a última quinta-feira, é essa proposta que líderes aliados a Temer fizeram a seus deputados, já contando com um parecer desfavorável de Zveiter.
O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), disse ao governo que todos os integrantes do partido na comissão votarão com Temer, incluindo o ex-ministro Osmar Serraglio (PMDB-PR), que saiu magoado do governo, e a deputada Soraya (PMDB-RJ).
COSTA NETO – Temer se reuniu com o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, que comanda o PR, e ele lhe garantiu os cinco votos do partido na comissão. Mas a necessidade de trocar quatro de cinco mostra como a situação está difícil para o governo.
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse a interlocutores que todos os membros do partido votarão com Temer. Maia tem ficado descontente, nos bastidores, com as declarações do líder do partido na Câmara, deputado Efraim Filho (PB ), abertamente já num cenário com afastamento de Temer. Para Maia, que seria o beneficiado, é hora de falar menos.
Na base aliada, são Efraim e o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), têm dado as declarações mais reticentes sobre um apoio ainda a Temer.
MUDANÇAS NO PTB – O PTB também está promovendo mudanças na CCJ. O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), foi o primeiro a dizer ao Globo que a base precisava mostrar lealdade ao presidente Michel Temer e, se fosse preciso, trocar integrantes da comissão. O deputado Marquezelli (PTB-SP) substituirá o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
Marquezelli disse ao Globo que consultou sua base e vai votar contra a denúncia e a favor de Temer. Para o deputado, a saída do presidente não resolve o problema do país, porque haverá eleição em 2018. “Meus prefeitos, minha base concordam em votar não à denúncia, falta um ano só para a eleição” — disse Marquezelli.
A CCJ já oficializou as mudanças de aliados como Marun, Marquezelli e de todos os deputados do Solidariedade anunciados na semana passada. Mas o site da CCJ ainda não está inteiramente atualizado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É uma situação desalentadora, que demonstra uma total falta de pudor e de respeito à ética e à moralidade. Recorrer a Valdemar Costa Neto, cassado no mensalão e investigado na Lava Jato,  mostra a que nível desceu Temer, querendo levar de roldão a classe política. (C.N.)

11 de julho de 2017
Cristiane Jungblut
O Globo

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