A sessão do Senado em que estava prevista a análise da reforma trabalhista nesta terça-feira (dia 11) foi suspensa por volta do meio-dia depois que um protesto da oposição impediu o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), de sentar-se à mesa. Irritado, o peemedebista desligou os microfones, apagou as luzes e deixou o plenário dizendo que “nem na ditadura se fazia isso”.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN), acompanhada das senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PC do B- AM), se recusou a levantar da cadeira.
NÃO TEM SOM – Ainda em pé, Eunício Oliveira suspendeu a sessão. Depois, as luzes do plenário foram apagadas e os microfones, desligados. “Não, não tem pela ordem, não. Eu vou assumir e vou desligar o som. Com licença, Fátima, com licença. Está encerrada a sessão e não tem som enquanto eu não sentar à presidência da mesa”, disse o peemedebista.
Eunício reuniu líderes dos partidos na presidência para discutir uma saída e tenta retomar a sessão ainda nesta terça. A mesa diretora do Senado decidiu preparar o auditório Petrônio Portella para realizar a sessão.
De acordo com um dispositivo do regimento interno do Senado, em caso de guerra ou calamidade, se houver maioria dos senadores, a sessão pode ser realizada “em qualquer lugar”.
SEM ACESSO – A imprensa foi proibida de acessar o local, onde um grupo de manifestantes protesta contra as mudanças nas leis trabalhistas e contra o governo de Michel Temer.
Eunício chegou ao plenário às 11h50, quando senadores da oposição já discursavam contra a votação do projeto que modifica as leis trabalhistas. Depois de passar mais de dez minutos sem conseguir sentar na cadeira de presidente, o peemedebista pegou o microfone e encerrou a sessão. As luzes do plenário foram apagadas em seguida e os microfones foram cortados.
Um grupo de senadoras da oposição permaneceu na mesa diretora do Senado, enquanto governistas permaneceram em plenário. Pouco depois, Eunício deixou o plenário. Questionado sobre o que faria com a oposição, Eunício respondeu: “Conselho de Ética para todo mundo”. Sem detalhar, o peemedebista sugeriu apenas que “não seria ele” a entrar com uma representação.
AVACALHAÇÃO – O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) disse que o que está acontecendo é uma “avacalhação”. “A Oposição tem todo direito de agir, de apresentar, mas uma avacalhação dessa compromete a instituição parlamentar. É uma brincadeira muito perigosa.”
Já Paulo Paim (PT-RS) disse ter combinado de conversar com Eunício E com Barbalho. “Precisa de um acordo”, disse. A proposta do petista ERA negociar com o presidente do Senado espaço para que ele pudesse ler seu voto em separado, contrário à reforma e aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça.
O governo tentava mostrar força na votação prevista para esta terça, para quando estava prevista a última etapa de tramitação do projeto. Levantamento feito pela Folha mostra que o Palácio do Planalto tem uma margem apertada para conseguir modificar as leis trabalhistas. Apenas 42 dos 81 senadores declaram apoio ao texto. Se todos estiverem presentes, o governo precisa de 42 votos para aprovar a reforma.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A oposição está certa. As leis trabalhistas merecem um debate mais profundo. Não se pode comparecer a economia do Brasil com os Estados Unidos, onde as leis trabalhistas são mais flexíveis. Os EUA são o país mais rico do mundo, tem seguro-desemprego e emitem uma moeda que vale em qualquer país, enquanto o Brasil… (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A oposição está certa. As leis trabalhistas merecem um debate mais profundo. Não se pode comparecer a economia do Brasil com os Estados Unidos, onde as leis trabalhistas são mais flexíveis. Os EUA são o país mais rico do mundo, tem seguro-desemprego e emitem uma moeda que vale em qualquer país, enquanto o Brasil… (C.N.)
11 de julho de 2017
Talita Fernandes, Laís Alegretti e Bruno BoghossianFolha
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