"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 20 de junho de 2017

O "AÇOUGUEIRO BOLIVASRIANO" E SEUS MISTÉRIOS

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Depois que o então coronel Hugo Chávez chegou ao poder na Venezuela dando origem ao flagelo político e social denominado "socialismo bolivariano" que transformou um país rico e próspero numa mega favela de violência e fome, surgem indagações diversas: mas como é que pode ter acontecido tudo isso?

Como pode que em pleno século XXI um país que detém a maior jazida petrolífera do planeta na atualidade e que já foi detentor da quarta maior renda per capita mundo ter se transformado num reduto de esfaimados que varejam nos lixões em busca de alimentos? Afinal, indagam outros, como Hugo Chávez conseguiu eleger-se e, mais ainda, ter transferido o poder para Nicolás Maduro antes de morrer misteriosamente no CIMEQ - Centro de Investigaciones Médico Quirúrgicas de Havana?

A resposta a todas essas indagações está num neologismo que os analistas políticos venezuelanos criaram: "boliburgues". Isto quer dizer "burguês bolivariano", ou seja os mega empresários, o dito "núcleo duro" da economia , que se associaram a Hugo Chávez em sua tresloucada "revolução bolivariana", eufemismo que designa, grosso modo, a cubanização da Venezuela. Os observadores menos atilados vêem nisso uma contradição. Afinal, como pode capitalistas se associarem com os comunistas?

A história está repleta de exemplos. Isto já no auge da ex-URSS e também na China. E o exemplo mais recente da associação de mega capitalistas com comunistas é o Brasil bem como a Venezuela. E isto ficou evidenciado com todas as letras por meio da Operação Lava Jato, sendo emblema o portentoso grupo Odebrecht e outras empresas e empresários agora réus confessos nas ditas "delações premiadas". Destarte, resta provado que sem o apoio do tal "núcleo duro" da economia Lula e seus sequazes do PT jamais teriam chegado ao poder.

Tanto é que logo que eleito e empossado Lula convidou Henrique Meireles para comandar o Banco Central. Posteriormente, Meireles veio a ser conselheiro econômico do Grupo JBS e, - bingo! - virou Ministro da Fazenda do Governo de Michel Temer sendo que seu nome aparece no rol de prováveis candidatos à Presidência da República. Os institutos de pesquisas, todos eles, são antes de tudo formadores de opinião pública ao incluírem em amostras de tendências eleitorais determinados nomes. Inclusive o de Lula, embora pese sobre as costas do dito ex-operário uma penca de processos decorrentes das investigações da Lava Jato.

Mas de todos os acusados até aqui pelas operações da Polícia Federal, destaca-se Joesley Batista, ao qual todos os poderes permitem que circule por aí leve e solto cruzando os ares internacionais à bordo de seu moderno jatinho com capacidade de levar 21 passageiros.

Joesley em encontro com Lula e Diosdado Cabello, o comparsa de Nicolás Maduro, durante a visita do venezuelano ao Brasil em 2015.

Joesley é um típico "boliburguês" e, dado às suas origens, pode ser qualificado como o "açougueiro bolivariano", já que em 2015, trocou figurinhas com Diosdado Cabello, o número 2 do regime de Caracas que, naquele ano, esteve no Brasil "prospectando" negócios incluindo a importação de alimentos. 
Cabello, como não poderia deixar de ser, esteve reunido com Lula e Joesley Batista, como registram fotografias que se encontram à farta em sites da internet. 
Aliás, esses encontros bolivarianos foram noticiados amplamente pela grande mídia e tratados como grandes eventos empresariais.

Os jornalistas da grande mídia, como fazem até hoje, jamais denunciaram a cubanização da Venezuela, cujo aspecto mais funesto e horrendo é a fome. 
Aliás, como já frisei aqui em outras postagens, os comunistas sempre utilizaram a escassez de alimentos como controle social. Haja vista para vida miserável dos cubanos que não compõem a entourage dos herdeiros de Fidel Castro que habitam as mansões do Laguito e onde as despensas são fartas.

O comportamento de Joesley Batista é, portanto, típico de um boliburguês. Até agora, pelo que se sabe de suas próprias delações foi íntimo do regime lulístico, detalhe que ficou evidente na sua entrevista à revista Época quando afirmou que o governo Lula institucionalizou a corrupção. 
Todavia, usou com mais precisão sua metralhadora giratória contra o Presidente Michel Temer, embora quem governou o Brasil com inaudito e assombroso poder foi o PT de Lula e de Dilma nos últimos 13 anos, período ao longo do qual emergiu com toda força e poder o grupo JBS.

Entretanto, Joesley cravou sem misericórdia que Michel Temer é o chefe da Orcrim (organização criminosa), quando se sabe que o cargo de Vice-Presidente da República no presidencialismo brasileiro é praticamente decorativo. 
Não se quer dizer com isso que Temer não possa ter culpa no cartório. Mas a entrevista de Joesley à Época soa no mínimo estranha pelos fatos presentes e, sobretudo, passados, sem contar o que já foi revelado pela Operação Lava Jato.

Acresce a tudo isso um caso insólito: Joesley Batista continua livre, leve e solto como se as ditas "delações premiadas" purgassem todos os crimes perpetrados pelos delatores. Àqueles que colaboram com a Justiça, como dispõe a lei, é concedida a diminuição da pena mas não a liberdade irrestrita. Todavia o que a Nação estarrecida está vendo é Joesley Batista não apenas gozando a liberdade ampla e irrestrita mas, inclusive, concedendo entrevistas especiais a veículos de mídia.

De todos esses acontecimentos, acusações e mistérios quem contabiliza dividendos por enquanto são Lula e seus sequazes. Isto quer dizer que os desígnios do Foro de São Paulo permanecem intactos, ou seja, a venezuelização do Brasil não está totalmente descartada.



20 de junho de 2017
in aluizio amorim

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