Citado por Joesley Batista em sua entrevista à revista “Época” e em colaboração premiada como beneficiário de pagamentos em atendimento a suposto pedido de Michel Temer, Milton Ortolan foi afastado do governo federal há pouco mais de cinco anos em função do relacionamento suspeito com um lobista. Ele era secretário-executivo e braço direito do então ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, e pediu demissão do cargo em agosto de 2011, depois que reportagem da revista “Veja” denunciou sua proximidade com Júlio Froés.
De acordo com a revista, Froés era lobista e tinha escritório dentro do ministério, onde negociava licitações e editais. Segundo a denúncia, ele pagava propina a funcionários do órgão.
FOTOGRAFADO – Na época, Froés negou que atuasse no ministério, mas foi fotografado entrando por uma entrada privativa. De acordo com a denúncia, ele tratava os pagamentos a ele com uma exigência de Ortolan, que negou ter sido conivente com irregularidades. O secretário-executivo pediu demissão quando a então presidente Dilma Rousseff exigiu sua saída. Dias depois, foi a vez de Wagner Rossi entregar carta de demissão, ao ser acusado de usar o jatinho de uma empresa do ramo agropecuário.
No depoimento prestado no início deste ano à Lava-Jato, Joesley disse ter atendido a pedido de Temer para que ajudasse Rossi e Ortolan depois que eles saíram do governo. O primeiro teria recebido R$ 100 mil mensais e, o segundo, R$ 20 mil mensais.
“SERVIÇOS PRESTADOS” – Temer nega a solicitação. Em maio deste ano, Ortolan e Rossi confirmaram terem recebido valores de empresas do Grupo J&F, mas alegaram se tratar de pagamento por serviços prestados. Ortolan afirmou ter trabalhado como consultor da Eldorado entre 2012 e 2013, por R$ 15 mil mensais. Rossi disse ter sido contratado depois de obedecer o prazo legal de quarentena. Rossi e Ortolan foram procurados na tarde de ontem, mas não foram encontrados.
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NOTA DA REDAÇÃO – Esse pessoal ligado à política tem uma facilidade impressionante de arranjar emprego. Lembro de Rosemary Noronha, que virou chefe de gabinete da Presidência da República e conseguiu um emprego federal para a filha, que jamais havia trabalhado em lugar algum. Por falar nisso, quando é que o Supremo vai quebrar o sigilo do cartão corporativo da Rose? (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO – Esse pessoal ligado à política tem uma facilidade impressionante de arranjar emprego. Lembro de Rosemary Noronha, que virou chefe de gabinete da Presidência da República e conseguiu um emprego federal para a filha, que jamais havia trabalhado em lugar algum. Por falar nisso, quando é que o Supremo vai quebrar o sigilo do cartão corporativo da Rose? (C.N.)
20 de junho de 2017
Thiago Herdy
O Globo
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