"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

SANDRO MABEL SE DEMITE, É O QUARTO ASSESSOR DE TEMER A DEIXAR O GOVERNO


Sandro Mabel
Mabel jogou a toalha, só resta um assessor
Sandro Mabel (PMDB-GO), assessor especial do presidente Michel Temer, pediu demissão na noite desta terça-feira. Em carta ao presidente, Mabel não justifica a saída do governo e agradece Temer pela “luta”. O assessor especial, que despachava no mesmo andar do presidente, ocupava o mesmo cargo de Tadeu Filippelli, preso nesta terça-feira, Rodrigo Rocha Loures, flagrado recebendo R$ 500 mil da JBS, e José Yunes, que depois de sair do governo acusou o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, de tê-lo usado como “mula” para uma “encomenda” (propina da Odebrecht). A informação foi antecipada pelo G1.
Segundo delatores da Odebrecht, Mabel teria recebido caixa 2 da empreiteira na campanha de 2010. O ex-executivo Benedicto Barbosa disse aos investigadores que a empresa repassou R$ 140 mil não declarados a Mabel. Também em colaboração premiada, João Antônio Pacífico e Ricardo Roth afirmaram que o dinheiro enviado por caixa 2 chegou a R$ 100 mil.
VENDA DE MP – Ainda em delações da construtora, o ex-assessor especial de Michel Temer foi implicado por José Carvalho Filho. Mabel teria feito parte de um esquema para aprovar uma medida provisória, com vistas a reduzir alíquotas do PIS/PASEP e da Cofins. Em troca, a Odebrecht pagaria R$ 2 milhões a Sandro Mabel, o ex-ministro Mario Negromonte (PP-BA), e os ex-deputados Pedro Corrêa (PP-PE) e Pedro Henry (PP-MT).
Segundo o assessor, Temer teria lhe dado o aval para sair do governo no último dia 18. Na véspera, o Globo mostrou que o presidente deu aval para que Joesley Batista, dono da JBS, comprasse o silêncio de Eduardo Cunha.
Na carta que mandou a Michel Temer, Mabel diz que havia pedido para deixar o governo ainda em dezembro. “Precisava voltar para casa, como havia prometido à minha mulher e a meus filhos”, escreveu. Temer teria, então, lhe pedido para ficar por mais quatro meses. No fim de março, Sandro Mabel voltou a pedir a saída ao presidente.
MAIOR APREÇO – “Saiba que tenho o maior apreço por você, meu amigo, e me orgulho de sua competência e capacidade em arrumar soluções de pontos importantes para que o Brasil dê um grande salto em direção a uma nova era de prosperidade e desenvolvimento. Tenho certeza que esse será seu legado para nosso povo”.
O ex-colega de Rocha Loures, Tadeu Filippelli e José Yunes no mesmo andar do presidente no Palácio do Planalto ainda mencionou, na carta, que foi um dos que convenceu Temer a dar uma “mudança urgente” no governo em 2015. No ano seguinte, a ex-presidente Dilma Rousseff foi afastada por impeachment e Temer, vice, assumiu a Presidência.
De acordo com Mabel, Michel Temer, “com sua discrição peculiar, não admitia nem mesmo falar sobre o assunto”, mas o “senso de responsabilidade falou mais alto”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Mabel, que é empresário, dono de uma fábrica de biscoitos, resolveu ganhar dinheiro também como político e teria levado R$ 10 milhões da Odebrecht e da Andrade Gutierres na construção da Hidrelétrica de Santo Antônio, junto com Eduardo Cunha, Arlindo Chinaglia e Romero Jucá. O total distribuído chegou a R$ 50 milhões. No Planalto, só resta um assessor presidencial, Gastão Vieira, ex-deputado federal do PMDB, que agora é filiado ao PROS. Vale a pena repetir a velha piada: o último a sair do governo, por favor apague a luz. (C.N.)

25 de maio de 2017
Eduardo Barretto
O Globo

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