"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

EMÍLIO ODEBRECHT, O PODEROSO CHEFÃO, ACABOU PRESTANDO UM B ELO SERVIÇO AO PÁIS


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Nesta foto, a decadência moral do clã Odebrecht
Quando o megaempresário Marcelo Odebrecht foi preso preventivamente, em junho de 2015, o pai Emilio Odebrecht esbravejou – “Vão ter de construir três celas, uma para mim e as outras para Lula e Dilma!”.  Foi uma advertência premonitória, porém destinada a não se concretizar inteiramente, porque não seria necessário haver uma cela para o patriarca do clã Odebrecht, que há anos já estava afastado dos negócios e, por isso, nem foi investigado. Portanto, a total responsabilidade pelos crimes de corrupção da empresa cabia apenas a seu filho Marcelo, apelidado de o príncipe dos empreiteiros, que ficou com a primeira das três celas.
MAIS DUAS CELAS – A segunda cela demorou, mas acaba de ser construída pela empreiteira para abrigar o ex-presidente Lula da Silva. E a terceira cela, ao que tudo indica, será mesmo destinada à ex-presidente Dilma Rousseff, que participou ativamente do esquema de corrupção que a conduziu à Presidência.
Em sua ignorância jurídica, ela acha que nada lhe acontecerá, porque não recebeu propinas diretamente, mas na verdade ela é tão culpada quanto Lula e os demais membros da quadrilha, porque acobertou crimes gravíssimos de corrupção, abuso de poder econômico, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. Mas ela ainda continua fantasiando, acha que não existe nada que possa incriminá-la.
Quando à delação da Odebrecht, não há dúvida de que a megacorporação está prestando um marcante serviço ao país, porque daqui para a frente tudo será diferente, confirmando a previsão musical de Roberto e Erasmo Carlos, amigos de verdade, diferentemente de Emílio Odebrecht e Lula da Silva, que se diziam amigos, mas eram apenas cúmplices na dilapidação dos recursos públicos.
EXEMPLO DE NORBERTO – De uma forma ou de outra, o atual patriarca Emílio Odebrecht praticou muitos crimes, mas a necessidade de libertar o herdeiro fez com que passasse a colaborar no combate à corrupção. Emilio é filho do engenheiro Norberto Odebrecht, um empresário com visão social, que  separou parte da fortuna para custear o mais importante projeto assistencial já implantado no Brasil pela iniciativa privada – o Projeto Baixo Sul da Bahia, que desde 2003 beneficia onze municípios que tinham um tenebroso Índice de Desenvolvimento Humano.
Durante 21 anos, até morrer em julho de 2014, Norberto Odebrecht conduziu pessoalmente este programa humanitário, criado para emancipar a população carente através da educação e do trabalho, com resultados concretos jamais alcançados por nenhum outro projeto social brasileiro, seja público ou privado.
Nos últimos anos, embora o faturamento do grupo empresarial aumentasse sem parar, o neto Marcelo Odebrecht não ampliava o apoio financeiro ao Projetto Baixo Sul da Bahia, e o avô Norberto teve de recorrer ao Exército para construir uma rodovia na região, vejam que situação paradoxal. Na cadeia desde 2015, certamente o príncipe dos empreiteiros já encontrou tempo de sobra para raciocinar a respeito.
BILIONÁRIOS SOVINAS – O fato é que o Brasil tem muitos bilionários, que enriqueceram neste país e até frequentam as listas da revista Forbes, mas desmoralizam o capitalismo, porque a atuação sociocomunitária deles simplesmente não existe. Só se interessam por projetos culturais e ambientais, porque têm amplo espaço na mídia, como acontece com o Instituto Moreira Salles, por exemplo. No mais, querem mais que o povo se exploda, como diria Chico Anysio.
O fato concreto é que o exemplo de Norberto Odebrecht não frutificou e agora o programa Baixo Sul da Bahia está ameaçado pela derrocada do grupo Odebrecht. Mas quem se interessa?
Na cela de Curitiba, Marcelo Odebrecht está pagando seus pecados. O pai Emilio teve de reassumir a presidência do grupo, na tentativa de evitar o naufrágio de seu Titanic, que está fazendo água a bombordo e estibordo.
UMA REFLEXÃO – Essa situação dramática que envolve corrupção e poder deveria motivar uma reflexão profunda aos capitalistas brasileiros. Afinal, para que serve tanto dinheiro? A vida é curta, daqui nada se leva, porque, no final das contas, ninguém é dono de nada. Mesmo assim, os capitalistas brasileiros insistem em tentar a convivência pacífica entre a riqueza total e a miséria absoluta.
Isso jamais vai dar certo. Precisamos desesperadamente encontrar um caminho mais equilibrado. No entanto, estamos fazendo o contrário. Com a reforma da Previdência e a terceirização, vamos aumentar a desigualdade e a injustiça social. Mas ainda há tempo. Deveríamos raciocinar a respeito, para o bem do povo e a felicidade geral da nação.
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PS –
 A chamada grande mídia defende escandalosamente a redução das conquistas sociais e trabalhistas, sem aceitar outros argumentos. A verdade é que o jornalismo, embora seja uma profissão de interesse público, jamais demonstra preocupação com o que pode acontecer com o povo. E isso ocorre no Brasil e no mundo, porque não há nada de novo sob o Sol, conforme consta no livro bíblico Eclesiastes. (C.N.)

12 de abril de 2017
Carlos Newton

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