"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

MAIS UMA ACUSAÇÃO CONTRA ELISEU PADILHA, O MINISTRO ACIMA DE QUALQUER SUEPEITA




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Temer sabe quem é Eliseu Padilha, mas não pode demiti-lo
Já virou rotina. Quase toda semana sai uma nova denúncia contra Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil. Desta vez, é o procurador geral de Justiça em exercício de Mato Grosso, Luiz Alberto Esteves Scaloppe, que acusa o ministro e o governador Pedro Taques (PSDB) de atuarem para reverter uma importante ação do Ministério Público do Estado por crime ambiental, em que Padilha e seus sócios tiveram bloqueados R$ 180 milhões.
ACUSAÇÕES GRAVÍSSIMAS – O ministro foi denunciado por grilagem de terras públicas, degradação de 1,3 mil hectares da reserva ambiental do Parque Serra de Ricardo Franco, pecuária irregular e manutenção de alojamentos para trabalhadores rurais em condições degradantes, com toda a operação de busca e apreensão filmada pelos policiais, para não haver dúvidas.
Agora, o procurador Scaloppe acusa o governador mato-grossense de ter colocado o Ministério Público a serviço da defesa de interesses particulares de Padilha, para derrubar a liminar que obrigava o Estado a adotar providências para a efetiva regularização do parque ecológico estadual.
GRILEIRO – “Quem invade indevidamente é grileiro, é assim que a gente chama“, disse Scaloppe sobre Padilha, segundo o jornal Estado de S.Paulo. “Considero uma indignidade o governo do Estado de Mato Grosso agir em defesa de interesses privados em detrimento do bem público relevante que é o Parque Serra de Ricardo Franco”, acrescentou.
O procurador não mencionou, mas é importante lembrar que na fazenda grilada por Padilha foram aprendidas 18 armas de fogo, inclusive fuzis com mira telescópica.
Na verdade, o chefe da Casa Civil é um colecionador de processos. No Rio Grande do Sul, ele responde a uma outra ação por grilagem de terras que ele reivindica em Palmares do Sul, no litoral, uma área de quase 2 mil hectares. A gleba fica numa região de dunas, de frente para o mar, cobiçada por empresas do setor elétrico por ser ideal para construção de um parque eólico. O ministro nunca foi dono de nada e reivindica a área por usucapião.
“CONSULTORIA” – Citado na Lava Jato como responsável pela operação e pelo recebimento do Caixa 2 do PMDB em dinheiro vivo ofertado pela Odebrecht, o chefe da Casa Civil responde no Rio Grande do Sul também a uma ação de improbidade, acusado de beneficiar a Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) na época em que exercia mandato de deputado federal.
Duas empresas de Padilha, chamadas Rubi e Fonte, receberam da instituição de ensino R$ 3,9 milhões (R$ 7 milhões em valores corrigidos), mas uma auditoria na universidade não encontrou nenhum documento capaz de comprovar a prestação de serviços de consultoria.
Como se vê, no lucrativo ramo da “consultoria”,  o então deputado Eliseu Padilha era concorrente de José Dirceu, Antônio Palocci, Fernando Pimentel, Delúbio Soares, Erenice Guerra, Sérgio Cabral e até do filho mais novo de Lula, chamado Luís Cláudio, réu na Operação Zelotes, junto com o pai. Todos tinham algo em comum.
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PS – As relações entre Temer e Padilha estão péssimas. O fato concreto é que o presidente quer se livrar do ministro e de sua extensa e reveladora folha corrida, mas não consegue. O chefe da Casa Civil cria problemas sem parar, já teve atritos com José Serra, Henrique Meirelles, Medina Osório, Marcelo Calero e agora fustiga Alexandre de Moraes. O presidente Temer sonha em demitir Padilha, que continua se comportando como um ministro acima de qualquer suspeita, numa réplica vulgar da genial obra do cineasta italiano Elio Petri. Na verdade, Temer não pode demiti-lo. Isso significa que o presidente é refém dos caciques do PMDB ou faz parte da quadrilha. Não há uma terceira opção. (C.N.)

31 de janeiro de 2017
Carlos Newton

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