Alguém está mentindo - a fonte ou a chamada grande imprensa - ao divulgar que somente 5% dos crimes são elucidados no Brasil e o percentual chega a 85% na Inglaterra.
Diz o jornal O Globo que no Reino Unido a taxa é 85% e de 65% nos Estados Unidos, acrescentando que
85 mil inquéritos abertos em 2007 no Brasil ainda estão inconclusos.
Os dados são desmentidos pelo escritor e psiquiatra inglês Theodore Dalrymple, na obra Podres de Mimados, em que mostra a violência entre as crianças e jovens das camadas populares inglesas, o que atribui a consequências do sentimentalismo tóxico, uma característica daquela sociedade atualmente.
Ele afirma que apenas 5% dos crimes totais cometidos são solucionados na Grã-Bretanha, denunciando que os índices são falsificados pelos órgãos do Estado por meio da subnotificação de delitos, como agressões físicas, tentativas de homicídio, roubos, furtos e vandalismo.
As gangues aleijam os oponentes e a polícia é orientada a não fazer nenhum registro, furtos e roubos de pouca monta também não entram nas estatísticas.
É diferente do que ocorre em Brasília, onde se registra de briga de vizinhos a furtos de botijão de gás. Assim, no cômputo geral e no interesse de se desacreditar a polícia, diz-se que se resolvem poucos crimes no Brasil.
Contraditoriamente, as mesmas vozes reclamam que se prende demais e é necessário promover o desencarceramento no país - isto é, soltar os bandidos -, por causa da superlotação dos presídios.
Para elogiar as polícias de fora e desmoralizar as brasileiras, pegam índices de crimes violentos solucionados no exterior e comparam com todos os crimes aqui registrados, evidenciando uma diferença gritante.
No Distrito Federal, quando o efetivo da Polícia Civil era maior e a população menos da metade da atual, o índice de resolução de crimes violentos chegava a 72%, ficando hoje em torno de 55%. No entanto, se esse percentual for apurado junto com todos os tipos de delitos, é provável que haja uma queda para 15%, coisa que ninguém explica direito.
A sociedade brasileira precisa dizer o que quer: é para apurar todos os delitos praticados ou somente aqueles de maior relevância, que atingem a vida, a liberdade e o patrimônio das pessoas, prender quem infringir a lei ou soltar os criminosos para que o governo não precise gastar com o sistema prisional?
O resto é demagogia e jogo de interesses.
31 de janeiro de 2017
Miguel Lucena - Delegado da PCDF e jornalista
Diz o jornal O Globo que no Reino Unido a taxa é 85% e de 65% nos Estados Unidos, acrescentando que
85 mil inquéritos abertos em 2007 no Brasil ainda estão inconclusos.
Os dados são desmentidos pelo escritor e psiquiatra inglês Theodore Dalrymple, na obra Podres de Mimados, em que mostra a violência entre as crianças e jovens das camadas populares inglesas, o que atribui a consequências do sentimentalismo tóxico, uma característica daquela sociedade atualmente.
Ele afirma que apenas 5% dos crimes totais cometidos são solucionados na Grã-Bretanha, denunciando que os índices são falsificados pelos órgãos do Estado por meio da subnotificação de delitos, como agressões físicas, tentativas de homicídio, roubos, furtos e vandalismo.
As gangues aleijam os oponentes e a polícia é orientada a não fazer nenhum registro, furtos e roubos de pouca monta também não entram nas estatísticas.
É diferente do que ocorre em Brasília, onde se registra de briga de vizinhos a furtos de botijão de gás. Assim, no cômputo geral e no interesse de se desacreditar a polícia, diz-se que se resolvem poucos crimes no Brasil.
Contraditoriamente, as mesmas vozes reclamam que se prende demais e é necessário promover o desencarceramento no país - isto é, soltar os bandidos -, por causa da superlotação dos presídios.
Para elogiar as polícias de fora e desmoralizar as brasileiras, pegam índices de crimes violentos solucionados no exterior e comparam com todos os crimes aqui registrados, evidenciando uma diferença gritante.
No Distrito Federal, quando o efetivo da Polícia Civil era maior e a população menos da metade da atual, o índice de resolução de crimes violentos chegava a 72%, ficando hoje em torno de 55%. No entanto, se esse percentual for apurado junto com todos os tipos de delitos, é provável que haja uma queda para 15%, coisa que ninguém explica direito.
A sociedade brasileira precisa dizer o que quer: é para apurar todos os delitos praticados ou somente aqueles de maior relevância, que atingem a vida, a liberdade e o patrimônio das pessoas, prender quem infringir a lei ou soltar os criminosos para que o governo não precise gastar com o sistema prisional?
O resto é demagogia e jogo de interesses.
31 de janeiro de 2017
Miguel Lucena - Delegado da PCDF e jornalista
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