"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

DELAÇÃO PREMIADA DE PAULO MAGALHÃES PINTO DESTRÓI O QUE AINDA RESTAVA DE CABRAL



Com um amigo, filhos de Beltrame curtem a lancha de Cabral
Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves é um homem bem relacionado. Vivia em boas festas, cercado de milionários (como ele) da elite carioca e sempre teve fama de prestativo. E apesar de ser um empresário com sociedade em pelo menos uma dezena de empresas, há mais de uma década vive sob a alcunha de Paulinho, uma espécie de assessor do então governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). Desde a deflagração da Operação Calicute, da Polícia Federal, em outubro do ano passado, sabe-se que Magalhães Pinto havia se transformado, na verdade, em um dos muitos ‘laranjas’ usados para esconder, segundo os investigadores, a montanha de propina que seu amigo desviara dos cofres públicos.
Nessa relação – que também o levou para a cadeia -, nada simboliza tanto a maquiagem dos bens de Cabral quanto a imponente lancha Manhattan, apreendida pela Polícia Federal. Avaliado em 5,3 milhões de reais, o iate de 80 pés estava registrado em nome de uma das empresas de Magalhães Pinto, a MPG Participações, e ficava ancorado no Condomínio Portobello, justamente onde Cabral tem uma mansão e o empresário, não.
DELAÇÃO PREMIADA – Após mais de dois meses de cárcere em Bangu 8, Paulinho cansou de esconder. Negociou o acordo de delação premiada e começou a contar os meandros dessa (e outras) transações.
Assessor especial (cargo comissionado) do Palácio Guanabara, Paulinho chegou a insistir em ir contra os fatos apurados pela polícia e pelos procuradores do Ministério Púbico Federal (MPF). Nesta etapa, o depoimento do marinheiro José Carlos Cabral Filho foi decisivo, esclarecendo que os custeios da lancha quando Sergio Cabral a usava era sempre pago pela MPG. A investigação indica que a Manhattan foi arrematada, finalmente, em agosto de 2014.
A conta dessa brincadeira, aliás, é bem salgada. “Registra-se que o tanque da lancha Manhattan tem capacidade para 7 mil litros, cujo enchimento completo perfaz o valor aproximado de 31,5 mil reais. Além disso, o gasto médio dos motores da embarcação por hora é estimado em 1.215 reais (consumo médio por hora de 135 litros por motor), sendo que cada passeio realizado por Sérgio Cabral ou familiares custava em média 2.250,00 reais (consumo de 500 litros de diesel”, diz o relatório do MPF.
CABRAL NEGA TUDO – “Você empresta a embarcação e ainda paga o combustível? Isso foi para ocultar a titularidade da embarcação que pertence ao ex-governador Sérgio Cabral”, questiona o coordenador da Lava Jato no Rio, procurador Lauro Coelho Junior, ao assinalar que o ex-governador continua negando que a lancha seja sua.
Cabral, no entanto, não era o único a usufruir da bondade de Magalhães Pinto. No Carnaval de 2012, outro integrante do governo com quem o empresário mantinha um relacionamento estreito, José Mariano Beltrame, pegou a Manhattan Rio para um passeio pelas ilhas de Angra dos Reis. Quem usou, na verdade, foram seus filhos, Maurício e Mariana, que ainda exibiram no Facebook as imagens da diversão.
BELTRAME NO LANCE – O site de VEJA procurou Beltrame para questionar quem, afinal, havia emprestado a lancha para que seus filhos passeassem e se os custos da lancha, com combustível por exemplo, foram pagos. Perguntou também sobre o relacionamento que o ex-secretário de Segurança Pública do Rio mantinha com o ‘laranja’ de seu chefe Sérgio Cabral. Por mais de seis anos Beltrame viveu em um luxuoso apartamento de Magalhães Pinto, na Rua Redentor, em Ipanema. Em viagem, Beltrame não foi localizado.
Em março de 2014, o subtenente da PM Adriano Matos, lotado na Subsecretaria Militar da Secretaria da Casa Civil, também aproveitou para tirar uma casquinha da embarcação do chefe. Posou para várias fotos, com o mar de Mangaratiba ao fundo e, claro, postou no Facebook. Agora, ao que tudo indica, a farra acabou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Essa delação premiada de um dos melhores amigos e cúmplices de Cabral está destruindo o que ainda restava do ex-governador. E cada vez mais se confirma que o delegado federal José Mariano Beltrame é um farsante e também se beneficiou da corrupção de Cabral. Aqui na Tribuna da Internet temos alguns dados interessantes e exclusivos sobre Beltrame e logo iremos escrever sobre ele(C.N.)

10 de janeiro de 2017
Leslie Leitão e Luisa Bustamante
Veja

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