A agência norte-americana que cuida das coisas do espaço, não só a partir de suas bases terrestres, mas também das estações lá de cima, está avisando que por um dos seus telescópios, este chamado Kleper, o mundo inteiro, não esse mundo nosso, o vasto mundo de Drummond e Luiz Raimundo, mas o mundo imensurável, esse que ninguém sabe ainda por onde começa ou termina, pois bem, o mundão de incontáveis surpresas já contabiliza 104 planetas. Todos fora do nosso sistema solar.
Desses 104 planetas, 04 peruam a órbita de uma mesma estrela como se por lá também existisse apenas um sol que nem o nosso astro-rei. O qual ultimamente está a se esconder das pessoas deixando que elas bebam mais conhaque, comam mais chocolates, se enrolem em muitos panos, enfim, gritem em silêncio – abaixo o regime!
Esse mesmo rei dos astros até lembrando aos juízes o quanto é terrível não levar em conta o principio da proporcionalidade despeja vapores de elevados graus centigrados sobre outras regiões do nosso mapa.
Antes que o sol, esse que ainda reconhecemos como sendo nosso, acorde em raios luminosos como se rasgasse a cortina de nuvens que faz do mar um infinito, lá longe, muito longe da fila dos navios, muito além das montanhas que esconderam por longo tempo a tão conhecida virgem dos lábios de mel, posso contar as mulheres descalças, em trajes sumários, os olhos fechados, os braços abertos para a alvorada, mas até aí nada de sol.
Um cão e uma cadela ainda dormem no calçadão e nem o vento forte que lhes toca arrepiando os pelos é suficiente para lhes incomodar. Conto as mulheres. São 12 em três filas de 04. Alinhadas como um pelotão em continências aguardando a aparição do Rei. Quereriam reforços à luz interior? Talvez. Parecem pessoas de fé. Neste cenário assim só me restaria perguntar por onde andará a Dilma ou Steffen Fry... (“ninguém sabe do seu paradeiro / ninguém sabe pra onde ele vai”... – Baleiro.)
Não sei se já têm nomes os 04 planetas recém-descobertos juntos com a outra centena. Se a NASA quiser, o que posso garantir é que daqui de onde estou, na ilha do amor, não faltarão sugestões. Imagina só.
O que já faz crescerem as especulações dos cientistas é a quase certeza de que 02 dos quatro planetas são maiores do que a Terra, embora a estrela em torno da qual giram pareça bem menor que o nosso sol. Daí que, embora sem nome, já tem apelido – estrela anã.
Enquanto percorro a 20/km por hora, o vento forte a favor, vasculho as novidades na litorânea. Tudo que nem antes. Afora a quantidade de ofertas de apartamentos e até de casas para veda ou aluguel. Afora o lixo que segue infernal.
No Vaticano, o Pontífice que chega inaugura o seu papado com um lema. Lembro que João Paulo I, aquele que ficou pouco tempo, pois logo morreu, dizem, de mal súbito, havia adotado – “humilitás”, quer dizer, “humildade”.
No Brasil, desde a primeira República, os governantes adotaram a imitação do Papa. No plano nacional, o que mais se sobressaiu foi o Juscelino com os “50 anos em 5”. No Maranhão, tivemos com o Sarney o Maranhão Novo; com o Castelo o Grande Maranhão Para Todos; e agora com o Flávio o Maranhão de Todos Nós.
A maldade se insinua rasteira contra o nosso jovem Governador. Pois não é que já tem gente estupida deturpando o que o marketing com toda originalidade elucubrou? Imagina só.
Vamos, gente, pensar no que deve haver de mui maravilhoso nesses admiráveis mundos novos! O mundo que a cada descoberta da NASA nos faz parecermos tão pequenos, tão miúdos e tão imensos na intolerância, no egoísmo, na ausência de humanidade. Um mundo, enfim, no qual o poeta ainda que se chamasse Raimundo / seria uma rima / não seria uma solução.
23 de julho de 2016
Edson Vidigal foi presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal.
Desses 104 planetas, 04 peruam a órbita de uma mesma estrela como se por lá também existisse apenas um sol que nem o nosso astro-rei. O qual ultimamente está a se esconder das pessoas deixando que elas bebam mais conhaque, comam mais chocolates, se enrolem em muitos panos, enfim, gritem em silêncio – abaixo o regime!
Esse mesmo rei dos astros até lembrando aos juízes o quanto é terrível não levar em conta o principio da proporcionalidade despeja vapores de elevados graus centigrados sobre outras regiões do nosso mapa.
Antes que o sol, esse que ainda reconhecemos como sendo nosso, acorde em raios luminosos como se rasgasse a cortina de nuvens que faz do mar um infinito, lá longe, muito longe da fila dos navios, muito além das montanhas que esconderam por longo tempo a tão conhecida virgem dos lábios de mel, posso contar as mulheres descalças, em trajes sumários, os olhos fechados, os braços abertos para a alvorada, mas até aí nada de sol.
Um cão e uma cadela ainda dormem no calçadão e nem o vento forte que lhes toca arrepiando os pelos é suficiente para lhes incomodar. Conto as mulheres. São 12 em três filas de 04. Alinhadas como um pelotão em continências aguardando a aparição do Rei. Quereriam reforços à luz interior? Talvez. Parecem pessoas de fé. Neste cenário assim só me restaria perguntar por onde andará a Dilma ou Steffen Fry... (“ninguém sabe do seu paradeiro / ninguém sabe pra onde ele vai”... – Baleiro.)
Não sei se já têm nomes os 04 planetas recém-descobertos juntos com a outra centena. Se a NASA quiser, o que posso garantir é que daqui de onde estou, na ilha do amor, não faltarão sugestões. Imagina só.
O que já faz crescerem as especulações dos cientistas é a quase certeza de que 02 dos quatro planetas são maiores do que a Terra, embora a estrela em torno da qual giram pareça bem menor que o nosso sol. Daí que, embora sem nome, já tem apelido – estrela anã.
Enquanto percorro a 20/km por hora, o vento forte a favor, vasculho as novidades na litorânea. Tudo que nem antes. Afora a quantidade de ofertas de apartamentos e até de casas para veda ou aluguel. Afora o lixo que segue infernal.
No Vaticano, o Pontífice que chega inaugura o seu papado com um lema. Lembro que João Paulo I, aquele que ficou pouco tempo, pois logo morreu, dizem, de mal súbito, havia adotado – “humilitás”, quer dizer, “humildade”.
No Brasil, desde a primeira República, os governantes adotaram a imitação do Papa. No plano nacional, o que mais se sobressaiu foi o Juscelino com os “50 anos em 5”. No Maranhão, tivemos com o Sarney o Maranhão Novo; com o Castelo o Grande Maranhão Para Todos; e agora com o Flávio o Maranhão de Todos Nós.
A maldade se insinua rasteira contra o nosso jovem Governador. Pois não é que já tem gente estupida deturpando o que o marketing com toda originalidade elucubrou? Imagina só.
Vamos, gente, pensar no que deve haver de mui maravilhoso nesses admiráveis mundos novos! O mundo que a cada descoberta da NASA nos faz parecermos tão pequenos, tão miúdos e tão imensos na intolerância, no egoísmo, na ausência de humanidade. Um mundo, enfim, no qual o poeta ainda que se chamasse Raimundo / seria uma rima / não seria uma solução.
23 de julho de 2016
Edson Vidigal foi presidente do Superior Tribunal de Justiça e do Conselho da Justiça Federal.
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