Reunido no Rio para comemoras o 36º aniversário de fundação, o PT atacou o ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff e propôs um “programa nacional de emergência” para mudar a política econômica. O texto, aprovado pelo diretório nacional do partido, pede a redução dos juros, o aumento do gasto público e o uso das reservas cambiais para financiar obras.
Os petistas também defenderam um reajuste de 20% no Bolsa Família e a elevação de impostos sobre os mais ricos.
“A lógica das propostas é retomar o núcleo da política econômica do governo Lula”, resumiu o presidente do partido, Rui Falcão.
O programa petista faz duras críticas à política econômica adotada após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. O texto diz que o ajuste fiscal “não teve os resultados esperados, ao menos no que diz respeito aos interesses das camadas populares”.
IMPOSTOS E CPMF
Para taxar os mais ricos, o PT propôs o aumento dos impostos sobre herança e grandes fortunas, a tributação de lucros e dividendos e a cobrança de IPVA sobre iates e aviões. Numa rara concordância com o governo, o partido também defendeu a recriação da CPMF.
Nos debates internos, houve críticas ao ministro Nelson Barbosa (Fazenda), que substituiu Joaquim Levy em dezembro do ano passado.
CRÍTICAS A DILMA
Os petistas se queixaram da ausência de Dilma no 36º aniversário do PT, neste sábado. Ela está no Chile e não havia confirmado presença na festa da sigla.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reclamou do aval do Planalto às mudanças na lei do pré-sal, aprovadas pelo Senado na quarta-feira (24). “A Dilma está querendo se distanciar do PT. É um movimento consciente”, afirmou.
A direção do PT tentou contemporizar. Ao abrir o debate, Falcão pediu moderação nas críticas ao Planalto. E o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) disse que a posição de Dilma sobre o pré-sal nunca mudou e que o governo vai trabalhar para que a exclusividade da Petrobras seja mantida na Câmara.
AMEAÇA À DEMOCRACIA
Em outra resolução, o PT apontou “ameaça à legalidade democrática” na Operação Lava Jato. O texto protesta contra “delações sem prova, vazamentos seletivos e investigações unilaterais”.
O documento diz que o ex-presidente Lula é vítima de uma campanha “vil e asquerosa” para impedi-lo de disputar as eleições de 2018.
O PT também criticou a retomada da ação do PSDB no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa vitoriosa em 2014. Na reunião fechada, Jaques Wagner disse que há um “movimento golpista” contra Dilma.
01 de março de 2016
Bernardo Mello Franco, Paulo Gama e Bruno Villas Bôas
Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário