"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 23 de março de 2016

O CONVINCENTE



O teor, estilo e vocabulário da carta aberta de Lula visando à reconciliação com os vários setores e agentes da vida pública, desrespeitados, até por palavras de baixo calão, em seus telefonemas grampeados e divulgados com autorização da justiça - um dos segmentos gratuitamente atingidos -, estão tão distantes da sua personalidade real que enchem de perplexidade a quem lê o texto. 

Seus termos fazem lembrar um cafetão esbofeteando a explorada mas, para mantê-la trabalhando, desculpa-se, prometendo-lhe casamento; 
um esquerdista caviar brasileiro, justificando aos inocentes úteis, obedientes militantes, a necessidade, para endossar a sua atividade progressista, do consumo da iguaria e das ausências sabáticas nos apartamentos de Paris de sua propriedade; 

um marido pego em traição, argumentando com a traída que a mancha vermelha na cueca não é batom e sim um fenômeno químico de nome complicado, cuja explicação a ciência desconhece. 

Seria bom que o ex-presidente determinasse ao advogado que redigiu o documento, entremeá-lo com alguns verbos ou termos característicos de seu modo de agir e falar tais como "acovardar" - atitude, aliás, que vem demonstrando com frequência em relação às investigações de que é alvo -, "enfiar" e "porrada", 

Talvez assim, a carta fosse mais sincera e convincente.

23 de março de 2016
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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