"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

CONGRESSO ENTRARÁ EM RECESSO, COMO SE TUDO ESTIVESSE NORMAL?



Serra acha um absurdo o Congresso entrar em recesso












Em reunião realizada nesta quinta-feira, 3, no Palácio do Planalto com lideranças da base aliada da Câmara, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, defendeu que o processo de impeachment tenha um desfecho o mais breve possível no Congresso. A ideia, segundo parlamentares presentes no primeiro encontro, é de atuar com celeridade enquanto não há uma definição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao tema.
No Senado, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), defendeu o recesso legislativo e acredita que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff será mais forte se tiver continuidade só depois das festividades de fim de ano. “Mobilizar a sociedade nessa época do ano será uma tarefa um tanto quanto difícil. Temos Natal, Ano Novo, férias escolares, janeiro já emenda com o Carnaval, é difícil”, argumentou.
As declarações são em resposta à tentativa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de cancelar o recesso legislativo, que começa em 22 de dezembro. Cunha gostaria de dar sequência ao processo de impeachment que ele mesmo autorizou na tarde de ontem. Coincidentemente, acelerar o processo, também é de interesse do Planalto, que acredita que o curto intervalo de tempo pode jogar a favor da presidente.
O CASO COLLOR
O senador tucano fez um paralelo com o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor e acredita que é preciso mais pressão da opinião pública para que o afastamento de Dilma Rousseff aconteça. “O impeachment do Collor nasceu na rua e veio para o Congresso Nacional. Agora o pedido nasce no Congresso e tem que ir para a rua. A sociedade precisa se manifestar mais claramente, não apenas nas pesquisas de opinião. Só vai ter impeachment se houver rua”, afirmou.
Segundo lideranças da base aliada da Câmara, na reunião realizada com o ministro Ricardo Berzoini também ficou o entendimento de que o governo vai monitorar e atuar diretamente na montagem da Comissão, que será responsável pelo avaliação do processo de impedimento da presidente.
SERRA DISCORDA
No Senado, Cunha Lima acredita que o clima de impeachment ainda está interiorizado no Congresso Nacional, o que é prejudicial para que se concretiza. “Esse clima está muito voltado para o ambiente político. E se deixar nas mãos da maioria dos políticos, ele vai ser cozinhado em banho-maria e não vai levar à lugar nenhum”, defendeu. Nessa perspectiva, o recesso ajudaria a superar o período de Natal e dar mais chances à oposição de mobilizar as ruas.
A opinião de Cunha Lima segue a mesma linha de Aécio Neves (PSDB-MG), que se posicionou à favor do recesso e da reaproximação dos parlamentares aos seus estados ainda na noite de ontem. O senador conversou por telefone com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também é favorável ao recesso. Por outro lado, outro tucano, José Serra (SP), prefere que o processo siga o quanto antes. Acha absurdo fazer recesso num momento tão grave.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não interessa se é melhor para Dilma se o processo for rápido ou se vai haver manifestação de rua, para pressionar. Esta discussão é insana. É preciso levar em conta os interesses nacionais. O país está em transe. Em termos de recessão, só perde para a Croácia, que enfrenta uma guerra civil. O Congresso não pode abrir uma ação contra a presidente da República e logo depois entrar em recesso, para festejar o Natal, o Ano Novo e o Carnaval. Que país é esse? – perguntaria o ex-governador Francelino Pereira, o piauiense mais mineiro desta terra. Até mesmo a irresponsabilidade precisa ter limites. . (C.N.)
04 de dezembro de 2015
Erich Decat Isabela BonfimEstadão

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