"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 14 de novembro de 2015

SE MEIRELLES ACEITAR, ESTARÁ COMETENDO UM GRANDE ERRO

Meirelles: “Se eu não tiver carta-branca, estou fora”


Joaquim Levy já está fora do governo, se continuar será uma figura apagada e servil, sem autoridade nem autoestima. A dúvida ainda é se Henrique Meirelles aceitará substituí-lo. O fato é que Levy entrou no Ministério da Fazenda numa jogada bilateral. O convidado foi Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco, que tirou o corpo fora, mas ocupou o espaço indicando Joaquim Levy, que estava encostado no terceiro escalão do banco, com a tarefa de administrar um dos fundos financeiros de segunda linha. Levy não podia recusar a ordem de Trabuco e teve de segurar a descarga, como se dizia antigamente. Engordou o currículo com o cargo de ministro, mas está saindo totalmente queimado. Começou a trabalhar em novembro de 2014, há exatamente um ano, e não produziu absolutamente nada. Um fracasso completo.

Meirelles é exatamente o contrário – um executivo que não conhece o fracasso na vida particular nem na vida pública. Logo depois de se aposentar como presidente mundial do BankBoston, elegeu-se deputado federal pelo PSDB de Goiás em 2002, com votação recorde, sem fazer um só discurso nem visitar as cidades do interior, usando apenas a força da grana. O plano era ser governador de Goiás e depois tentar a Presidência, mas Lula o convidou para o Banco Central, Meirelles viu que era uma ótima maneira que ganhar visibilidade e aceitou.

NO LUGAR CERTO

Quem indicou Meirelles foi Aloizio Mercadante, que trabalhara com economista no BankBoston. Mercadante apresentou o banqueiro a Lula, que fez o convite. Meirelles então renunciou ao mandato de deputado e colocou as mãos na massa. Desde então, por coincidência, é claro, os banqueiros jamais ganharam tanto dinheiro no Brasil. Para eles, Meirelles é o homem certo, no lugar certo.

Agora, para deixar o comando do Friboi e assumir o Ministério da Fazenda, Meirelles exige carta-branca na gestão da economia, mas dona Dilma Rousseff ainda reluta em lhe conceder plenos poderes. Meirelles tem apoio total de Lula, está em posição de vantagem, não abre mão do controle e espera com paciência a decisão final da presidente.

DILMA HUMILHADA

Se Dilma recusar Meirelles, perderá definitivamente o apoio de Lula, será o caos. Não ficará seis meses no poder. Ela sabe disso, mas ainda está delirando e continua sonhando em encontrar uma forma de aumentar a arrecadação e incentivar novo ciclo de desenvolvimento. Como esta fórmula mágica não existe, Dilma terá de cair no colo de Lula, pedir desculpas novamente e aceitar Meirelles dando as ordens no governo.

A presidente, é claro, se sente vencida e humilhada. Mas não tem alternativa. Vai ter de engolir Meirelles, a quem ela não suporta, desde quando era ministra de Minas e Energia, no primeiro governo de Lula. Mas a política tem dessas coisas.

Se Meirelles aceitar, estará cometendo um grande erro. Dilma não aceita dar carta-branca a ninguém. Ela vai se comportar da mesma forma como trata Levy — finge que dá importância a ele, mas não deixa que faça absolutamente nada. Com diz Delfim Netto, a ministra da Economia deste governo ainda se chama Dilma Vana Rousseff.



14 de novembro de 2015
Carlos Newton

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