"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 16 de agosto de 2015

O ARAGUAIA SEM MÁSCARA


                    Guerrilheiro José Genoíno: bem antes do Mensalão


O que hoje é denominada, na literatura e na imprensa, Guerrilha do Araguaia foi na verdade uma tentativa do Partido Comunista do Brasil de conduzir a “Guerra Popular” para realizar a tomada do poder e implantar o socialismo marxista no Brasil; a “luta prolongada, do campo para a cidade”, modelo da Revolução de Mao-Tsetung na China.
    
A opção pela “
via chinesa” nasceu da dissidência dos fundadores do PC do B ao romperem com o Partidão – PCB – que, obediente a Moscou aceitou a “via pacífica para o socialismo” preconizada por Nikita Kruchev, crítico e acusador de Stalin.  O PC do B permaneceu adepto da violência armada e buscou a alternativa stalinista na China Popular.  Para lá mandou vários militantes para receberem treinamento de guerrilha.
    
A decisão de instalar uma área de guerrilha no Brasil foi tomada antes da eclosão do movimento político-militar de l964. Depois de considerar algumas alternativas, o Partido decidiu pelo sul do Pará, na região compreendida pela Transamazônica ao Norte e o Rio Araguaia a Leste, com rala população de posseiros e extrativistas.
    
Os primeiros militantes foram introduzidos na área no início de 1966 e, pouco depois e acidentalmente, as autoridades militares tomaram conhecimento do projeto. A contra-insurreição surpreendeu os revolucionários ainda em fase de implantação da guerrilha, despreparados e mal armados.  Cerca de 80 veteranos do Partido e jovens aliciados nas cidades, rapazes e moças, foram levados para “
área tática” para lutarem “contra a ditadura militar e pelo ideal da democracia”. Destes, uns 54 acabaram morrendo em confronto com as forças legais; os outros foram presos ou desertaram.  Exatamente esta é a história, a verdadeira história que o Autor conta em detalhes em seu Livro.
 
O assunto é recorrente. Vários outros autores, com diferentes opiniões e perspectivas têm escrito, geralmente com enfoque limitado ou preso a certos aspectos particulares dos acontecimentos.
 

Azambuja escreveu com uma visão histórica, partindo dos antecedentes, passando pela experiência guerrilheira do Partido Comunista do Brasil, chegando à autocrítica dos derrotados. Reuniu também informações detalhadas que servirão de referência para a pesquisa do historiador do futuro.  Seu Livro é para ser lido, é claro, mas também para ser posto nas Bibliotecas abertas, disponível para pesquisadores e estudiosos da História.
 

Ao final deste precioso Livro, o leitor poderá facilmente chegar a duas conclusões intuitivas sobre a “
Guerrilha do Araguaia”:
    
A primeira, a de que não é verdade que ela tenha sido uma alternativa de luta contra a ditadura militar com o objetivo de restaurar a Democracia.  Como deixa claro o Autor, desde sempre o objetivo do Partido era a implantação do socialismo marxista no Brasil; o partido era e ainda é comunista.  Sua denominação continua a ser a mesma. Com ou sem ditadura militar, o projeto revolucionário encontraria um pretexto para tomar o Poder.  Não para restabelecer a democracia, mas para impor o socialismo totalitário.
 
    
A segunda conclusão, as Forças Armadas, profissionalmente competentes e aparelhadas, foram capazes de derrotar decisivamente a insana tentativa guerrilheira antes que ela tivesse  evoluído para o estágio de “
Exército Popular de Libertação”.  Se não houvesse sido derrotada, talvez hoje tivéssemos em nosso território uma “área liberada” e uma guerra interna eternizada como na Colômbia, onde as FARC narcoguerrilheiras, também maoístas, aterrorizam o país há mais de 40 anos.

General Sergio Augusto de Avelar Coutinho (In Memoriam)
 
SUMÁRIO DO LIVRO VIRTUAL “ARAGUAIA SEM MÁSCARA”

1 - Introdução
2 - Antecedentes
         -O Minimanual do Guerrilheiro Urbano
         - A Teoria do Foco Guerrilheiro
         - Um Pouco de História sobre a Violência Armada no Brasil
         - Como é a Guerra Revolucionária
3 - Histórico da Guerrilha
4 - Fatores que antecederam a Guerrilha
5 - Considerações sobre a Área de Guerrilha
6 - A Propaganda na Guerrilha
7 - A Implantação da Guerrilha
8 - As Forças da Ordem
9 – O
 Armistício Quente
10 – O Desfecho da Insensatez
11 - Os Mortos, Presos, Desertores e “
Desaparecidos” na Guerrilha
12 - A Autocrítica
         - Relatório Arroio
         - Relatório Pomar
13 – Anexos        
 
-
 Começar de Novo com outras Experiências 
         - Manual de Capacitação para a Guerra de Guerrilhas
         - Reconhecendo a Insensatez
         - Os Resultados do Terrorismo
         - Referências Bibliográficas

16 de agosto de 2015
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

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