"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 23 de maio de 2015

SITUAÇÃO DO BRASIL É SEMELHANTE À BOLHA DOS EUA EM 2008



Em termos de contração econômica, a situação vivida pelo Brasil hoje é semelhante à que se viu nos Estados Unidos entre 2008 e 2009, logo depois do estouro da bolha imobiliária. A grande diferença é que os norte-americanos puderam dar estímulos à atividade. Com a inflação baixa, o Federal Reserve (Fed), o BC dos EUA, jogou as taxas de juros para próximo de zero. Além disso, injetou trilhões de dólares na economia a fim de estimular o consumo.
O Brasil está de mãos atadas. A inflação se mantém, persistentemente, acima de 8%, obrigando o Comitê de Política Monetária (Copom) a pesar a mão sobre a taxa básica (Selic), a ponto de os analistas já falarem em juros de 14% ao ano — estão em 13,25%.
O caixa do Tesouro Nacional está destruído. Não há confiança na presidente Dilma. Por mais que ela tenha terceirizado a administração — na política, o comando está com o vice-presidente Michel Temer; na economia, com Joaquim Levy —, os agentes econômicos temem retrocessos.
Pode ser que o BC de Alexandre Tombini finalmente cumpra a promessa de levar a inflação para o centro da meta ao fim do ano que vem. Será motivo de regozijo pela população, sobretudo a mais pobre, que já enfrenta dificuldades para levar comida à mesa. Mas dizer que o sucesso da autoridade monetária é o passaporte para um futuro promissor requer muita boa vontade. Nem mesmo no país de ficção que o PT apresenta em seus programas eleitorais isso seria possível.

23 de maio de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense

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