"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 24 de maio de 2015

SE LEVY SAIR, DILMA CAIRÁ


Não faço parte do time do “quanto pior, melhor”. Já fiz. Quando era petista (sim, confesso que fui), a torcida era pelo desastre que aceleraria a queda do “inimigo”. Celebrávamos a tragédia sofrida por terceiros desde que pudesse apressar a derrota de quem deveria ser somente adversário, mas se transformava em inimigo pela nossa visão distorcida. Foi essa uma das causas do meu afastamento. E da minha repulsa pelo que o PT hoje é.
O mercado mundial confia em Dilma? Não, obviamente. 

A escolha feita no primeiro mandato – Guido Mantega – foi motivo de piadas internacionais. 
O mínimo que se dizia dele é que, caso indicasse o caminho da esquerda, ficaria claro que o correto era o outro. 
A revistaThe Economist  rotulou de “100% Man” o brasileiro que errava 100% das previsões. E o mundo sabia que Mantega, um fantoche de Dilma, dizia ou fazia o que a chefe mandava.

É Joaquim Levy quem segura a credibilidade do Brasil. É ele quem tem impedido a perda do grau de investimento, etapa que antecede o desastre completo. Hoje, o ministro da Fazenda se recusou a participar da cerimônia que anunciou os cortes orçamentários de 2015. Levy exigia 80 bilhões. Foram 70. Levy alegou ter sido surpreendido por uma gripe para justificar a ausência.

Recado dado, recado entendido por todos. Na véspera, o senador Lindbergh Farias, do PT do RJ, exigiu a demissão de Levy. Ainda não descobriu que isso resultaria na completa perda de credibilidade. O famoso tiro no pé. Receio que Joaquim Levy já esteja cansado das farsas e desculpas inseparáveis do estilo do governo federal.

Se Levy sair, Dilma cairá. Simples assim. Ela odeia Levy. E Levy não tem qualquer simpatia pela presidente. Ambos apenas se suportam. Dilma faz isso para manter-se no poder mantido por um estelionato eleitoral. 
Levy tenta colocar em prática, coerentemente, o que aprendeu e ensinou.

Na visão de Nelson Barbosa, ministro do Planejamento e bobo da corte da hora, a situação está sob controle. Os cortes, garantiu, preservam tudo. Se é assim, cabe a pergunta: cortar para quê? O relevante nisso tudo é o que não foi dito. E a ausência de quem deveria estar lá para dizer.

24 de maio de 2015
Reynaldo Rocha

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