"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 19 de maio de 2015

GRAVAÇÕES SOBRE PASADENA PODIAM LIQUIDAR A PRESIDENTE DILMA



Ao dar uma aula sobre lavagem de dinheiro na Escola da Magistratura Federal do Paraná, o juiz federal Sérgio Moro, que é professor de Processo Penal, afirmou que os políticos devem ser investigados como se fossem traficantes de drogas: é preciso seguir o velho conselho norte-americano, se quiser chegar ao líder (“Follow the money“, ou “Siga o dinheiro”), porque raramente o chefe da quadrilha está diretamente envolvidos nos atos criminais mais básicos, pois ele é o último beneficiário da atividade criminosa.
A Operação Lava Jato, se realmente for passar a Petrobras a limpo, tem de se aprofundar em determinados setores que ainda estão fora das investigações. O ex-diretor Paulo Roberto Costa, por exemplo, já recomendou que a força-tarefa não deixe de apurar a corrupção na importante área de Produção e Extração.
Na verdade, tudo na Petrobras é gigantesco e as atividades são medidas em bilhões de reais. A corrupção sempre existiu, a novidade na Era do PT foi sua amplificação de forma institucionalizada, com o governo passando a cobrar percentuais fixos, algo realmente inimaginável por sua ousadia e desfaçatez.
CANAIS DE CORRUPÇÃO
Sem a menor dúvida, há determinadas políticas adotadas pela Petrobras que não têm a menor justificativa técnica ou financeira para serem mantidas. Continuam sendo praticadas exclusivamente porque se tornaram canais permanentes de corrupção, mas até agora não foram submetidas a investigação pela força-tarefa da Lava Jato.
É o caso do perfil das refinarias brasileiras, que não conseguem processar o óleo extraído no país. Como se sabe, quase todo o petróleo brasileiro é do tipo pesado. Para serem refinados aqui, precisam ser misturados a óleo leve, mais caro, que a Petrobras precisa exportar.
Como explicar que há décadas o Brasil tenha se tornado um grande produtor de petróleo, desenvolvendo avançada tecnologia própria, mas até hoje não consiga refinar o petróleo aqui extraído? Ninguém explica por que todas as onze refinarias em funcionamento, inclusive as mais modernas, foram projetadas para refinar óleos leves, que o Brasil pouco produz.
A estranha solução, que custa muito caro, tem sido exportar o excedente de óleo pesado e importar óleos mais leves e mais adequados ao perfil de produção de nossas refinarias. Esse processo, por óbvio, gera fenomenal perda de receitas, pois o petróleo pesado brasileiro é vendido a preço médio muito inferior ao dos óleos leves que a Petrobras importa.
PASADENA
A refinaria de Pasadena foi comprada sob argumento de que serviria para refinar o óleo pesado brasileiro, o que era uma conversa fiada. Já se passaram quase 10 anos e a unidade americana ainda não processou um só barril de petróleo pesado, e nem poderia, pois só processa óleo leve.
Se seguirmos o dinheiro, como recomenda o juiz Sérgio Moro, vamos constatar que essa importação de petróleo leve é a mais antiga fonte de corrupção da Petrobras. Foi por meio dessas importações que o advogado Shigeaki Ueki, ex-presidente da Petrobras e ex-ministro de Minas e Energia no governo Geisel, ficou bilionário de uma hora para outra.
Quando o regime militar acabou, o corrupto Ueki já estava estabelecido no Texas, onde tem mais terra, mais gado e mais poços de petróleo do que a família Bush, vejam como o Brasil se apresenta como um país de oportunidades para quem quer enriquecer aqui e levar a fortuna para o exterior.
SEM GRAVAÇÕES
Foi por causa de grandes negócios como a compra de Pasadena que a direção da Petrobras mandou jogar no lixo os CDs das importantíssimas gravações do Conselho Administrativo, que não ocupavam espaço e podiam ser guardados numa caixa de sapatos.
Agora não se pode mais saber como a gerentona Dilma Rousseff se posicionou a respeito dessa inacreditável negociata, que mostra a que ponto chegou a corrupção na Petrobras. Em qualquer país minimamente civilizado, os responsáveis por um escândalo desse tipo teriam saído algemados da sede da empresa, em plena luz do dia.

19 de maio de 2015
Carlos Newton

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