"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

CENAS DA NOVA ORDEM MUNDIAL, DO GEN. SÉRGIO AVELLAR COUTINHO


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O autor, de maneira bastante competente e patriótica, não se eximiu de analisar como os esquerdistas brasileiros, que estão no poder desde a chamada reabertura democrática.

Em um artigo escrito há algum tempo, indiquei o livro Fascismo de esquerda, escrito por Jonah Goldberg, como forma de entender o funcionamento, a atuação e a mentalidade das esquerdas e como elas usam os poderes políticos, econômicos e culturais para se impor e se consolidar no poder. Realmente este é um livro incrível! No entanto, sendo um escritor americano, Goldberg analisa a história americana, dissecando as táticas esquerdistas nos Estados Unidos. Ainda assim, o que ele apresenta é muito instrutivo e ajuda, mesmo o leitor que não vive a realidade daquele país, a entender como agem e pensam os marxistas, em geral.
Mas antes que o leitor brasileiro creia estar abandonado e que para entender como se deu a formação esquerdista em seu próprio país precise acessar apenas documentos esparsos ou trechos espalhados em livros diversos, é bom que ele conheça uma obra publicada pela sempre relevante Biblioteca do Exército, chamada Cenas da Nova Ordem Mundial – uma visão do mundo como ele é, escrita pelo Gen. Sérgio Augusto de Avellar Coutinho.
Sendo uma reedição atualizada do trabalho Cadernos da Liberdade, do mesmo autor, o livro, antes de tudo, pretende ser um contraponto ao conhecido Cadernos do Cárcere, de Antonio Gramsci, mostrando ao público como está se formando uma Nova Ordem Mundial, baseada no socialismo e alcançada por meio dos métodos de dominação ensinados pelo autor italiano. No entanto, o trabalho do Gen. Avellar Coutinho vai além disso e faz uma dissecação da formação da esquerda contemporânea no Brasil. Sem deixar de explicar como o comunismo nasceu e se espalhou pelo mundo, ele apresenta, com fatos e análises, também como a esquerda brasileira se tornou o que ela é, quais são seus objetivos, quais as táticas empreendidas, quais suas inspirações e como ela se consolidou no poder.
O livro todo é recheado de dados e informações que tornam essa obra uma das melhores referências sobre a história do esquerdismo no Brasil. De Prestes ao atual PT, passando pelos comunistas dos anos 40 e 50, os guerrilheiros da época da ditadura e a nova intelligentsia marxista, Coutinho consegue fazer com que o leitor tenha uma visão, ao mesmo tempo, panorâmica e detalhada, do que é a esquerda brasileira.
Apresentando assim, parece até que o livro tem como objetivo fazer um raio-x do socialismo nacional. Não, não tem! Na verdade, a obra é uma tentativa de explicar o mundo, principalmente em sua composição após a queda da União Soviética. No entanto, o autor, de maneira bastante competente e patriótica, não se eximiu de analisar como os esquerdistas brasileiros, que estão no poder desde a chamada reabertura democrática, se inserem nesse panorama global.
Para o General Coutinho, o termo Nova Ordem Mundial não tem tanto a ver com um projeto monolítico de dominação mundial por uma elite de bilionários, mas, sim, um momento novo na história geopolítica do mundo, quando, com o colapso da União Soviética, o jogo político global se tornou mais complexo do que na época da guerra fria, mantendo, porém, um dos atores ainda bem vivo e atuante, se bem que por meio de novas facetas, a saber, o movimento comunista. Diante disso, ele faz uma análise profunda das origens, desenvolvimento e implantação do socialismo no mundo e no Brasil.
E nenhuma vertente socialista escapa da observação e julgamento do escritor. Dos stalinistas mais radicais, até os socialistas fabianos, todos são investigados por ele e postos em seus devidos lugares na história. Mesmo os contemporâneos FHC, Lula, e até Roberto Freire estão no campo de observação do general. Com isso, o leitor tem acesso a uma análise muito ampla do movimento esquerdista brasileiro, o que torna o livro um dos poucos documentos onde essas informações podem ser encontradas em um único lugar, com detalhes e pareceres competentes.
O trabalho, em sua ideia original, parece ter sido concebido para expor a malignidade das ideias gramscianas, mostrando o quanto elas foram absorvidas pelas esquerdas e vêm sendo implantadas meticulosamente na sociedade. No entanto, a obra extrapola isso e acaba por fazer um apanhado bem amplo do mundo de hoje, suas perspectivas, o perigo que sofre e como ele está se tornando uma grande aldeia socialista.
Minha recomendação por essa obra se dá, principalmente, por oferecer ao leitor brasileiro uma visão bem fundamentada do movimento socialista mundial e, neste caso específico, uma compreensão de como a esquerda de nosso país se relaciona com o comunismo internacional.

É verdade que há diversos aspectos não abordados pelo autor, porém, o grande mérito desse livro é aglutinar informações, que temos apenas em documentos muito esparsos, em um só lugar. 
Cenas da Nova Ordem Mundial é leitura sugerida para quem quer entender como, após o fim da União Soviética, os comunistas se reagruparam, quais táticas estão implantando atualmente, como o mundo está sendo dominado por sua ideologia e qual a posição dos socialistas brasileiros nisso tudo. 
08 de maio de 2015Fabio Blanco é advogado e teólogo.

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