É engraçado como os comentaristas aqui na Tribuna da Internet, cada um a seu jeito e visão, conseguem enxergar estas obviedades e distorções que ocorrem pela suprema mão do Supremo Tribunal Federal, desde os tempos pré-parados de ontem do Gilmar Mendes e Daniel Dantas e que persistem até hoje, conubiando (se é que o termo existe…) o malfeitor e a Justiça, esta que deveria tão somente punir aquele, mas, muito pelo contrário, não só não o faz, postergando a condenação, como, muito pior, mantém intactos os malfeitos.
Por acaso, as construtoras tiveram suspensas suas obras, orientações, permissões, concessões, dações etc.? Seus contratos foram revistos para serem eliminados os elementares e óbvios sobrepreços propínicos e sem concorrência? Não existe ninguém no próprio Ministério Público que reaja contra estas distorções, como seria natural do seu previsto trabalho?
SISTEMA DE ACOMODAÇÃO
O próprio juiz federal Sérgio Moro ou alguém de seu grupo ou da força-tarefa, que certamente há, por que não reagem contra esta indevida perpetuação dos malfeitos, como os apelidou de forma carinhosa a presidente? Como enfrentar este verdadeiro e fajuto sistema de acomodação existente?
É verdade que agora, no meio do furacão, já se cogita de impedir que o presidente de plantão nomeie os ministros do Supremo com elementos de sua trupe, que, por óbvio, vão defendê-lo, com unhas e dentes, das culpas por seus deslizes e seus “não sabia de nada”, como ocorre hoje. Já se cogita, mas ainda não se impediu. É bom que se mude isto, e antes tarde do que nunca, claro.
Por fim, há uma realidade constrangedora e assustadora: o furacão já está aí, sobre nossas cabeças… A marolinha, constata-se, era mesmo visão de quem não sabia de nada.
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PS - Um destaque adicional e interessante quanto ao neologismo ‘propínico’, acima citado. Com acento, vai num sentido (de malfeito). Sem acento e, sobretudo, sem assento, vai noutro sentido (de mau cheiro), direto pro pinico, que é como chamam no interior o velho penico. O Brasil se tornou uma piada pronta, semântica, atual, estrutural, governamental…
08 de maio de 2015
Luiz Cordioli
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