"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

O CABELEIREIRO DE DILMA




















No enterro do professor Lineu de Albuquerque, diretor da Faculdade Nacional de Direito do Rio, o cemitério São João Batista estava lotado. Falou o reitor da Universidade do Brasil, Pedro Calmon. Falou o ministro Hermes Lima, em nome do presidente Goulart. Quando o caixão já se cobria de flores, pronto para descer, uma voz gritou lá de longe:
– Um momento!
E um desconhecido, cara modesta, voz trêmula, fez um discurso de arrepiar coveiro. Acabou assim:
– Desculpem, os senhores não me conhecem. Eu era o barbeiro do professor Lineu de Albuquerque.
Na saída, cada um dos presentes recebia o cartão de um desconhecido, cara modesta, voz trêmula. Era o barbeiro-orador.
O BARBEIRO
No enterro do poeta Augusto Frederico Schmidt, o cemitério estava também lotado. Falou Manoel Bandeira, da Academia Brasileira de Letras. Falou Francisco Parente, jornalista e poeta. Quando o caixão já se cobria de flores, pronto para descer, uma voz gritou lá de longe:
– Um momento!
E um desconhecido, cara modesta, voz trêmula, fez um discurso também de arrepiar coveiro. Acabou assim:
– Desculpem, os senhores não me conhecem. Eu era barbeiro do poeta Augusto Frederico Schmidt.
Na saída, cada um dos presentes recebia o cartão de um desconhecido, cara modesta, voz trêmula.
Era ele.
O MINISTRO
Sem ministro da Educação, em um segundo governo de dois meses, depois de inventar o slogan gaiato de “Brasil – Pátria Educadora”, a presidente Dilma sofre o vexame de não conseguir um nome para ministro.
O PT exige que o ministério seja dele. Mas não tem quem. Um partido que nasceu da rebeldia da intelectualidade nacional aliada aos movimentos sindicais não tem um nome à altura. Os que tinha perdeu. O senador Cristovam Buarque, o professor Paulo Delgado, que honrariam qualquer governo, foram isolados e tiveram que fugir do PT.
Agora Dilma tenta nomear Gabriel Chalita, um tapa-buraco. Mas é PMDB. E nomear alguém do PMDB o Cid Gomes iria pôr a peruca e dar um piti.
O Rui Falcão, mais urubu do que falcão, tenta desesperadamente arranjar um nome. Nem no Google. Petistas ainda sensatos temem que ele tente convencer a Presidente de que a saída é a do barbeiro do São João Batista: um dos cabeleireiros da Presidente. Ninguém é contra cabeleireiro.
CASA CIVIL
Não é só na Educação. A Presidente está engasgada também na Casa Civil. Lula, o proprietário da Presidente, exige que ela tire o Aloízio Mercadanta, isto é Mercadante, um peso pesado, e o substitua ao menos por um bigode menos arrogante.Mas ele é o ultimo amigo de Dilma no governo
Talvez a solução seja lembrar o sábio mineiro Negrão de Lima:
– “Política é a ordem natural das coisas”.
Por exemplo. Aloízio Mercadante é Mercadante da mãe mas é Oliva, filho do brilhante e então poderoso general Oswaldo Muniz Oliva, da Bahia, quatro estrelas, diretor da Escola Superior de Guerra. O filho dele, Aloízio Mercadante, bem poderia ser o ministro da Defesa. Ficaria em casa.
Mas iria desbancar o Jacques Wagner. E daí? Nome judaico, cabeleira judaica, pinta judaica, excelente negociador, bom de conversas, acordos e acertos, Wagner bem poderia ir para a Casa Civil, onde a Dilma está precisando de alguém que comande a articulação política.
Não cobro nada pela consultoria. Não sou Palocci nem Dirceu.
A GUERRA
Lula disse que se a oposição continuar criticando Dilma ele vai chamar e jogar na rua o Exército do Stedile “com suas botas engraxadas”. Uma semana depois, a Dilma vai ar Rio Grande do Sul e o Stedile lhe anuncia marchas, ocupações e invasões do MST no dia 7 de abril.
As redes sociais já haviam convocado novo 15 de março para 12 de abril. É a perigosa guerra das ruas oficializada pela estupidez do governo.
06 de abril de 2015
Sebastião Nery

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