"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 7 de março de 2015

ANTI-TEMPO


 
 
“Oh tempora, oh mores”, como já disse um sábio/filósofo das antigas e em latim.
Que tempos são esses, que costumes são esses?

Como conviver com um tempo anti-tempo de assassinos abundantes, impunes e imune às leis?
Como conviver com um tempo tão anti-tempo onde massas de zumbis drogados se amontoam em portais de templos religiosos e prédios públicos?

Como conviver e sobreviver em  um tempo e com um tempo de tantos genocidas, parricidas, matricidas, uxoricidas e infanticidas?

Como conviver com a náusea de um tempo onde a prática da pedofilia vem de onde menos se espera?

Como conviver cara a cara com um tempo de abortados, abortandos e aborteiros?

Como conviver com um tempo em que a justiça humana é obscura, cega, surda e muda, a justiça divina também tarda e os burros andam de farda ou jaleco e alguns de toga?

Como conviver com e em um tempo tão anti-tempo transformado em guerra diária e perene de sobrevivência em um reino de Thanatos?

Reinventando-se, reinventando a sociedade? Acordando da apatia geral? Convocando-nos em rede social? Está o ser humano em processo involutivo? O mais apto em um conceito darwiniano atualizado é aquele que consegue portar armas e se impor violentando a sociedade ou quem consegue barbarizar impunemente e protegido por leis caducas?!

Não precisa explicar nem responder;  só queria entender  e  poder exortar a quem de direito  um retorno ou o avanço a algum tempo onde o homem deixa de ser o lobo do homem, as crianças poderiam brincar tranquilas em escolas e praças e as famílias pudessem ainda colocar o papo em dia com os vizinhos ou as cadeiras nas calçadas de quem mora em casas.
Onde a paranoia social fosse apanágio apenas de psicopatas.

"Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração,
tempo em que não se diz mais: meu amor
porque o amor resultou inútil."
(C.Drummond de Andrade)
 
07 de março de 2015
in saco de gatos

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